Era ministra da Igualdade, é comentadora televisiva. Irene Montero colabora agora num programa chamado ‘Tudo é mentira’.
Políticos que depois são comentadores… políticos. Há muitos casos em Portugal.
Lembramo-nos, claro, de José Sócrates. Ou de Catarina Martins, de Paulo Portas, ou do caso ainda mais recente de João Galamba.
Aparecer em debates na televisão, ou em programas de comentário, é uma forma eficaz de o político em causa se manter visível, na agenda mediática. Não é esquecido pelos eleitores.
Também há o percurso inverso: Sebastião Bugalho comentava política na televisão e agora é eurodeputado.
Não é só cá. Em Espanha, Irene Montero foi ministra da Igualdade até há precisamente um ano, quando integrou um Governo liderado por Pedro Sáncgez.
Militante do partido Podemos, passou a ser eurodeputada já em 2024, estando integrada no Grupo da Esquerda no Parlamento Europeu. Foi candidata a presidente do Parlamento Europeu mas foi derrotada por Roberta Metsola.
Mas também é comentadora na televisão, mais precisamente no canal Cuatro.
Irene passou a colaborar num programa de análise política e social. Em Espanha, começou a surgir a questão: quanto recebe a ex-ministra por estar ali?
Nada: “Venho aqui e não recebo. Faço isto para que a voz do Podemos seja escutada”, disse a ex-ministra, durante o programa.
O apresentador Risto Mejide sorriu e comentou: “Como produtor deste programa, estou encantado por vir cá gente que não cobra”, cita o Business Insider.
Curiosamente, o programa chama-se Tudo é mentira.
Mas Irene Montero, em princípio, não precisa de um vencimento neste programa: dos 7.000 euros que tinha no banco em 2015, na primeira vez que foi eleita deputada, passou a ter 130.000 euros cinco anos depois, quando passou a ser ministra.
Além dos rendimentos enquanto política, tem diversas propriedades – urbanas e rústicas – em Ávila e em Madrid, que lhe chegou a causar alguns problemas. E ganhou cerca de 7.000 euros por mês enquanto foi ministra.