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Podemos ter encontrado matéria escura enquanto procurávamos ondas gravitacionais

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LIGO

Representação artística das fusões de buracos negros detectadas pelo LIGO

Representação artística das fusões de buracos negros detectadas pelo LIGO

Um grupo de físicos do Departamento Henry A. Rowland de Física e Astronomia da Universidade Johns Hopkins está a investigar a hipótese de que os buracos negros seriam uma assinatura da matéria escura.

O trabalho foi publicado na Physical Review Letters mais ou menos ao mesmo tempo, coincidentemente, que o Observatório Gravitacional de Interferometria Laser (LIGO) anunciava a segunda deteção de ondas gravitacionais resultantes da fusão de buracos negros, previstas por Albert Einstein.

Os buracos negros “normais” são buracos negros estelares, bem como os super massivos no centro das galáxias.

Os buracos negros estelares originam-se a partir de uma supernova, uma estrela com massa superior a oito massas solares que explode e deixa para trás uma nebulosa planetária em expansão e um buraco negro com massa entre três e algumas dezenas de massas solares.

O outro tipo de buraco negro, os super massivos, ainda não tiveram sua origem desvendada completamente, mas são conhecidos por terem massa que varia entre algumas centenas a alguns milhões de massas solares, e estão no centro das galáxias.

Por fim, os buracos negros primordiais (PBH) seriam buracos negros com origem diferente.

Os PBH ter-se-ão formado numa altura em que o universo ainda era muito denso, quando nuvens de gás se compactaram a ponto de criar estes buracos negros imensos, com massa equivalente a algumas dezenas de massas solares.

Matéria escura e PBH

A equipa de físicos do Departamento Henry A. Rowland de Física e Astronomia da Universidade Johns Hopkins resolveu fazer os cálculos para verificar a possibilidade dos buracos negros da primeira deteção serem PBH, tendo em conta que as suas massas – 36 e 29 massas solares, respectivamente – eram valores atípicos para buracos negros estelares.

Com massa demasiado grande para serem buracos negros estelares e muito pouca massa para serem os buracos negros no centro de galáxias, estes dois buracos negros seriam candidatos ideais para a matéria escura, que faz 85% de toda a matéria do universo.

A hipótese de que a matéria escura poderia estar nos PBH já é antiga, mas nunca ganhou muita força porque não havia muitas evidências da existência deste tipo de buracos negros – o que pode ter mudado, agora que, segundo estes físicos, o LIGO teria encontrado uma evidência da colisão de dois destes buracos negros.

No entanto, mesmo que os cálculos façam sentido, os cientistas estão cautelosos em afirmar se estes buracos negros serão, de facto, primordiais, ou sequer uma “assinatura” da matéria escura.

Um dos autores do estudo, Mark Kamionkowski, afirma que “não estamos ja a propor que esta seja a matéria escura. É um argumento pela plausibilidade”.

Serão necessárias mais observações do LIGO e outras evidências para dar força a esta hipótese, incluindo mais deteções como a que foi anunciada em fevereiro, que possam sugerir uma abundância de objetos com aquela massa.

“Se tivermos uma grande quantidade de eventos com 30 massas [solares], tem que haver uma explicação”, afirmou Ely D. Kovetz, que participou do trabalho.

O investigador sublinha que a descoberta de que as ondas gravitacionais podem estar ligadas à matéria escura está a criar muita agitação entre os astrofísicos.

HypeScience

2 Comments

  1. Que chorrilho de disparate!!!
    Um buraco negro estelar resulta de uma estrela que tenha cerca de 25 massas solares e que implode em hipernova!!!
    Uma estrela entre 8 a 10 massas solares (dependendo da metalicidade) até cerca das 24 massas solares implode em supernova, resultando um estrela de neutrões. Estrelas menos maciças transformam-se em anãs brancas, resultando também um nebulosa planetária à sua volta.

    Por favor, a vossa responsabilidade é imformar!!! Se não sabem, procurem quem sabe.

    • Parece q tu tb n sabes, mas tua ignorância n é grave.

      Recordo há uns anos um sábio jornalista falar de quatrocentos graus negativos.kkkk

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