/

Novo plástico come-se a si próprio quando já não precisamos dele

1

Han Sol Kim.

Os esporos no poliuretano termoplástico biocomposto degradável melhoram as propriedades mecânicas do poliuretano termoplástico comercial.

Combinação de poliuretano termoplástico e bactérias Bacillus subtilis geneticamente modificadas resulta na decomposição de 90% do plástico em cinco meses. Os esporos bacterianos aumentam a resistência e durabilidade.

Graças a esporos bacterianos nele incorporados, um inovador plástico desenvolvido por investigadores da Universidade de San Diego tem a capacidade de se biodegradar por si próprio.

O material integra poliuretano termoplástico (TPU) e bactérias Bacillus subtilis geneticamente modificadas que suportam temperaturas elevadas até 135 graus Celsius, necessárias durante o processo de produção do plástico.

O estudo, publicado na revista Nature Communications, foi feito em resposta aos métodos tradicionais de decomposição dos plásticos, que dependem de ambientes microbianos, nem sempre presentes nas áreas onde os plásticos se acumulam.

“O que é notável é que o nosso material se decompõe mesmo sem a presença de micróbios adicionais”, diz Jon Pokorski, cientista de polímeros e líder da equipa responsável pela inovação.

David Baillot/UC San Diego Jacobs School of Engineering

TPU (esquerda) e Bacillus subtilis (direita).

Ao contrário de outros plásticos compostáveis que muitas vezes não se degradam como esperado, este novo material mostra uma decomposição significativa: 90%  decompõe-se em condições ideais no prazo de cinco meses, e apresenta resultados promissores mesmo em ambientes menos favoráveis.

Para além da sua biodegradabilidade, a adição de esporos bacterianos aumenta a resistência e a elasticidade do plástico em 30%, ultrapassando os limites das suas propriedades mecânicas sem comprometer a sua integridade, de acordo com o Science Alert.

Isto torna o material particularmente valioso para utilização em produtoscomo capas de telemóveis ou peças de automóveis, onde o TPU é habitualmente utilizado, mas raramente reciclado.

“É provável que a maioria destes plásticos não vá parar a instalações de compostagem ricas em micróbios. Por isso, esta capacidade de se auto-degradar num ambiente sem micróbios torna a nossa tecnologia mais versátil”, explica Pokorski.

“Um dos nossos próximos passos é alargar o âmbito dos materiais biodegradáveis que podemos produzir com esta tecnologia”, acrescentou.

ZAP //

1 Comment

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.