O plano para obrigar a Rússia a indemnizar a Ucrânia em milhares de milhões durante décadas

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Louise Delmotte/EPA

Volodymyr Zelenskyy

A Ucrânia está a recorrer a tribunais arbitrais para apreender bens estatais russos noutros países e ser indemnizada pelos danos da guerra.

A Ucrânia está a planear uma batalha legal para forçar a Rússia a pagar compensações pelas infraestruturas energéticas de que as tropas de Moscovo se apropriaram ilegalmente.

Já este ano, um tribunal em Haia ordenou que a Rússia pagasse mais de cinco mil milhões de dólares à Ucrânia como uma reparação pelos bens da empresa energética estatal Naftogaz de que se apropriou em 2014, com a anexação da Crimeia.

“Não esperamos que a Rússia pague voluntariamente. Seria uma grande surpresa se o fizessem. Vamos ter como alvo os bens soberanos russos no estrangeiro“, explica Oleksiy Chernyshov, CEO da Naftogaz, ao Politico.

A empresa já avançou com uma moção no tribunal do distrito de Columbia, nos Estados Unidos, para que o pagamento dos cinco mil milhões seja confirmado e executado por países que tenham activos estatais russos.

Este é apenas o primeiro de vários processos que a Ucrânia vai abrir contra a Rússia. “A Rússia pode obviamente recusar pagar voluntariamente, mas o desafio é por ter actividades comercais por todo o mundo. E o benefício de uma sentença arbitral é que ela pode ser aplicada em qualquer país. Essas actividades comerciais correm o risco de ser interrompidas, os activos podem ser apreendidos”, explica David Pinsky, um advogado que está a ajudar Kiev no caso.

Os advogados da Naftogaz estão a trabalhar para identificar as jurisdições onde podem entrar com petições de execução e com empresas de rastreamento de ativos para catalogar a propriedade estatal russa que pode ser confiscada.

Esta não é a primeira vez que Moscovo está na mira dos tribunais de arbitragem. Em 2018, 2,6 mil milhões de dólares em ativos de energia pertencentes à Gazprom foram apreendidos nos Países Baixos depois de a Ucrânia ganhar uma indemnização numa disputa sobre taxas alfandegárias. Seis das sete subsidiárias da empresa russa recusaram cooperar com a decisão.

Mesmo que esta indemnização de cinco mil milhões de dólares seja executada desta forma, é apenas uma gota de água no oceano de 750 mil milhões em danos causados ​​à Ucrânia desde o início da invasão da Rússia no ano passado.

Oleg Ustenko, conselheiro de energia de Zelenskyy, insiste que Kiev continuará a esforçar-se para garantir a Justiça restaurativa. “Temos que ser compensados ​​por todos os danos que os russos causaram na Ucrânia desde o início da invasão. Eles acreditam que podem destruir e ninguém os obrigará a pagar por isso. Este caso é um primeiro passo”, refere ao Politico.

“No caso da Alemanha nazi, as indemnizações foram pagas durante décadas. Todos os cidadãos russos serão responsáveis ​​por isso, mesmo que não sintam que fazem parte desta guerra”, remata.

Adriana Peixoto, ZAP //

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4 Comments

  1. A Europa que não passa de um vassalo dos EUA meteu o pé na argola ao declarar guerra à Rússia. Há muitos anos que naquela região de leste há guerra no Donbass com milhares de vítimas mortais entre mulheres e crianças e nunca a NATO se preocupou com essas vítimas. Mas foi o negócio das armas que motivou a intervenção da NATO e tudo o resto é para entreter.
    Os EUA e a Europa invadiram e destruíram o Iraque matando Sadam mas também milhares de inocentes a pretexto de armas nucleares que nunca existiram. O que fizeram no Iraque fizeram em muitos outros países muçulmanos. Inclusivamente o terrorismo islâmico na Europa é consequência das políticas Ocidentais pelo mundo fora. Portanto que credibilidade tem esta gente para falar de Putin e de uma guerra a leste? Nenhuma!

  2. Se a Ucrânia não vencer esta guerra, ninguém tenha dúvidas que o Ocidente terá de entrar. E entrará mesmo. A Rússia não pode e não vai ganhar esta guerra. Não entrar na guerra seria apenas adiar o problema e permitir que Putin entretanto reforçasse a miséria das forças armadas russas.

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