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Piratear desporto na TV: um “jogo sujo” de mil milhões de euros

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Filip Singer/EPA

Europeu de futebol primeiro, Jogos Olímpicos depois. Milhares de pessoas – incluindo em Portugal – vêem desporto em sites ou aplicações ilegais.

O Europeu de futebol volta a ser um dos pontos altos do ano para milhões de pessoas. Na Europa e não só.

Poucos dias depois de terminar o evento na Alemanha, vai começar outro de grande nível e com centenas de milhões de seguidores: os Jogos Olímpicos. E ainda há a Volta a França aqui pelo meio, que começou neste sábado.

Muitos vêem os jogos, as provas, em casa – mas não vêem através dos canais televisivos que têm os direitos de transmissão.

As transmissões piratas continuam e o EUIPO – Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia (UE) realizou um estudo sobre a violação de direitos de autor online, baseando-se nos milhões de pessoas que vêem os eventos desportivos de forma ilegal.

Portugal não foge à regra: 17% dos portugueses acederam ou transmitiram conteúdos de fontes ilegais para assistirem a eventos desportivos. A percentagem duplica (34%) entre os jovens dos 15 aos 24 anos.

No global, na União Europeia, 12% vê eventos desportivos através da pirataria. A Bulgária lidera com 21%, à frente da Grécia (20%) e da Irlanda (19%).

O streaming é o método mais popular de acesso a conteúdos televisivos ilícitos: 58% da pirataria na UE ocorre através de transmissão e 32% através de download.

A pirataria em todos os meios de comunicação social na UE gera anualmente 1.000 milhões de euros de receitas ilegais.

A pirataria de eventos ao vivo é um problema existencial para o financiamento do desporto: as receitas geradas pelos direitos de propriedade intelectual são redistribuídas ao movimento desportivo e aos atletas – com base na solidariedade.

Ver de forma ilegal, avisa o instituto, fica em causa todo o modelo de financiamento de solidariedade do movimento olímpico.

Em comunicado enviado ao ZAP, o EUIPO refere outro tipo de ilegalidade: os equipamentos desportivos falsificados.

O EUIPO estima que esta contrafação na UE é substancial, causando uma perda total estimada de 851 milhões de euros por ano, o que representa 11% das vendas perdidas.

ZAP //

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3 Comments

  1. Jogo sujo?? Jogo sujo é a FIFA / UEFA receberem chorudos patrocínios para a organização da competição de um “desporto”, e ainda assim venderem os “direitos” às cadeias de televisão, que cobram uns chorudos valores para a visualização desses canais específicos. Apenas vejo futebol, seja Selecção Nacional, seja competições europeias onde participem equipas portuguesas, e em canal aberto. Não recorro a essas habilidades, e muito menos subscrevo canais de desporto. Já basta o que é cobrado abusivamente pela subscrição de pacotes de tv, dos quais apenas vejo 5 ou 10% desses canais. Tal como é abusivo a inclusão de publicidade em canais que, para serem visualizados, já tem de ser sob subscrição. Portanto, não me choca que haja quem contorne, pois pelas vias “legais” o roubo também não é pequeno.

  2. Primeiro parágrafo:
    “vêm desporto em sites ou aplicações ilegais” – verbo vir. Deveriam corrigir para “vêem desporto em sites ou aplicações ilegais” – verbo ver

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