O pico de metano – gás associado à existência de vida na Terra – detetado na semana passada pelo rover Curiosity em Marte desapareceu poucos dias depois da sua identificação, adensando o mistério sobre a presença deste composto no Planeta Vermelho.
A equipa que monitoriza o rover da NASA levou a cabo um ensaio de acompanhamento sobre o pico de metano detetado na semana em Marte.
Os novos resultados mostraram que os níveis deste gás diminuíram consideravelmente, tendo-se registado menos de 1 parte por mil milhões de volume de metano – valor muito próximo dos números que o Curiosity encontra normalmente. O valor detetado na semana passada rondava as 21 partes por mil milhões de volume de metano.
A descoberta sugere que a deteção da semana passada, a maior quantidade deste gás já encontrado pelo rover, foi resultado de uma das plumas transitórias de metano já observadas no passado em Marte. Embora os cientistas tenham observado estes níveis a oscilar de acordo com a estação, os especialistas não encontraram ainda um padrão.
“O mistério do metano continua“, disse Ashwin Vasavada, cientista do projeto Curiosity no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena, no estado norte-americano da Califórnia, citado em comunicado. “Estamos mais motivados do que nunca para continuar a medir e a unir os nossos cérebros para descobrir como é que o metano se comporta na atmosfera marciana”, acrescentou na mesma nota.
O rover da NASA não está equipado com instrumentos que possam concluir de forma definitiva se a fonte de metano é de origem biológica ou geológica. Uma compreensão mais clara deste picos, aliada a medições coordenadas por outras missões, poderia ajudar os cientistas a determinar a localização destas fontes de gás e a definir a sua duração.