Conduzir com Lua cheia é mais perigoso (não é superstição)

Estudo sugere que as noites de Lua cheia aumentam em 46% as colisões entre animais selvagens e veículos.

Parece superstição — especialmente com o Dia das Bruxas a aproximar-se — mas não é. Conduzir sob a Lua cheia pode acarretar riscos dos quais não estava à espera.

As colisões entre veículos e animais selvagens aumentam significativamente durante noites de Lua cheia, de acordo com investigadores da Universidade do Texas, que efetuaram uma análise exaustiva de 112 ciclos lunares, de janeiro de 2011 a janeiro de 2020, para explorar esta ligação.

O estudo da equipa, publicado na revista Transportation Research Part D: Transport and Environment, revelou um aumento de 46% nos acidentes relacionados com a vida selvagem nas noites de Lua cheia em comparação com as noites de Lua nova.

Os investigadores compararam os acidentes em noites escuras sem luar (Lua nova) com noites de Lua cheia — deixaram de lado outras fases lunares por uma questão de coerência.

As suas descobertas indicaram que o aumento da luminosidade da Lua cheia influencia provavelmente o comportamento dos animais, especialmente em zonas rurais, onde a vida selvagem é mais abundante e a ausência de iluminação pública torna a luz lunar mais impactante.

No entanto, o estudo não observou o mesmo aumento nos acidentes não relacionados com animais.

Este padrão também foi observado não só nos EUA, mas também noutras partes do mundo, como na Eslovénia, Lituânia e Canadá.

Apesar da forte ligação estatística, os investigadores não forneceram uma explicação detalhada para a correlação. Apenas especularam que os animais podem ser mais ativos nas noites de Lua cheia, uma vez que conseguem ver melhor o que os rodeia sob a luz lunar reforçada. Apesar de tudo, destacam: é preciso mais investigação.

Os autores do estudo também apelaram a uma maior colaboração entre profissionais de transportes e ecologistas de animais para melhor compreender e mitigar este risco.

“No final do dia, esta hipótese deve ser mais investigada por profissionais da vida selvagem, e os resultados apelam à necessidade de colaboração entre profissionais dos transportes e ecologistas animais”, concluem os investigadores, em comunicado.

ZAP //

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