Maior quebra de sempre foi, no entanto, mais suave do que se pensava. Empresa quer lucrar com as 100 milhões de casas que não pagam o serviço.
Eram os números mais aguardados do mercado do streaming, nos últimos tempos: a Netflix anunciou que perdeu aproximadamente 970 mil subscritores no segundo trimestre de 2022.
É a maior perda de sempre, na história da empresa – mas os seus responsáveis até terão ficado satisfeitos. Ou aliviados.
É que, há três meses, quando apresentou a contabilidade do primeiro trimestre do ano, a Netflix admitiu que esperava perder 2 milhões de assinantes entre Abril e Junho. Ficou-se pela metade – provavelmente muito por causa do sucesso da série Stranger Things.
O ritmo de aceleramento de banda larga, a partilha de contas com pessoas que não moram na mesma casa, a concorrência (YouTube, Amazon, Hulu) que tem vindo a crescer e macro-factores como a crise económica, a inflação, a guerra na Ucrânia e a pandemia são factores fundamentais para esta queda.
Na carta enviada aos seus investidores, a empresa indica que desceu de 221.6 milhões de clientes para quase 220.7 milhões.
Tal como já tinha sido anunciado, vai avançar o regime de assinatura com publicidade, em 2023. Na semana passada a Netflix informou que a Microsoft será a empresa parceira neste novo modelo. A Microsoft levou a melhor sobre a Google e sobre a NBCUniversal. Ainda não se sabe quanto vai custar o pacote com anúncios.
Depois de ter iniciado um teste para terminar com as partilhas gratuitas de perfis, a Netflix assegurou neste comunicado que vai tentar ganhar dinheiro nos “mais de 100 milhões de casas” que vêem a Netflix sem pagar. A novidade anunciada na segunda-feira passada, que também se aplica em países da América, chama-se “acrescentar uma casa”: adicionar outra morada ao perfil, com mensalidade mais baixa.
Apesar das perdas consideráveis, a Netflix continua a ser a plataforma de streaming com mais utilizadores.
As previsões para o próximo trimestre são de crescimento: voltar aos 221.6 ou 221.7 milhões de assinantes e chegar às receitas de 7.6 mil milhões de euros.