As acções da Pharol (antiga Portugal Telecom) e da Portugal Telecom Internacional Finance foram suspensas esta terça-feira depois do pedido de recuperação judicial apresentado pela Oi, com o intuito de evitar a falência. A crise da Oi deverá chegar aos pequenos investidores da PT.
Os detentores de acções da PT, especialmente os que investiram em dívida da antiga PT, em 2012, poderão acabar por perder parte do seu investimento, no âmbito deste processo de recuperação judicial da Oi.
Os valores da dívida da antiga PT adquiridos por pequenos investidores ronda os cerca de 230 milhões de euros, com a promessa de pagamento de 6,25% de juro, conforme dados avançados pela Renascença.
O corrector Pedro Lino, da DIF Brookers, afirmou à RR que estes investidores poderão ter que vir a pagar parte dos prejuízos da Oi.
Este cenário que leva o jornalista André Veríssimo, em editorial no Jornal de Negócios, a comparar a situação PT/Oi ao caso dos lesados do BES.
“Depois de BPP, BPN, BES e Banif, há mais uma sigla empresarial a caminho de engrossar o rol de lesados”, salienta o jornalista do Negócios, referindo-se à situação da Oi, que afirma estar “numa situação insustentável” com “uma dívida financeira equivalente a 13 mil milhões de euros“.
A Pharol, antiga PT SGPS, é detentora de cerca de 27% da operadora de telecomunicações brasileira Oi que, em 2015, vendeu a PT Portugal à francesa Altice.
Acções da Pharol e da PT Finance suspensas
A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) anunciou nesta terça-feira a suspensão da negociação das acções da Pharol e da emissão de “Obrigações PT Taxa Fixa 2012/2016”.
Em comunicado, a CMVM adianta que os valores mobiliários da Pharol e da Portugal Telecom Internacional Finance ficam suspensos até à divulgação de informação relevante relativa ao pedido de recuperação judicial das empresas Oi.
As acções da Pharol terminaram na segunda-feira a 0,128 euros, a baixarem 4,47% face à sessão anterior, depois de terem caído até ao mínimo de 0,122 euros em 24 de Maio.
A Oi entrou, esta segunda-feira, com um pedido de recuperação judicial na comarca da capital do estado do Rio de Janeiro para tentar manter a continuidade do negócio, segundo um comunicado da firma.
O “pedido de recuperação foi ajuizado em razão dos obstáculos enfrentados pela administração da empresa para encontrar uma alternativa viável junto aos seus credores”, refere a Oi no comunicado.
“O total dos créditos com pessoas não controlados pela Oi listados nos documentos protocolados com o pedido de recuperação judicial soma, nesta data, aproximadamente 65,4 mil milhões de reais (17 mil milhões de euros)”, salienta a empresa que, desta forma, tenta evitar a falência.
ZAP / Lusa
Ao que a PT chegou!…
Tantos problemas com a golden share e, mal os tubarões privados lhe puseram a mão livremente, foi o que se viu!…