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Pele dos tubarões pode tornar automóveis e aviões mais rápidos

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Wikimedia

Tubarão-anequim ou sardo (Isurus oxyrinchus), o tubarão mais rápido do mundo.

A pele dos tubarões pode ajudar a projetar melhores aviões, drones, automóveis ou turbinas eólicas, segundo estudos que estão a ser desenvolvidos por biólogos e engenheiros da Universidade de Harvard, Estados Unidos.

Uma equipa de biólogos e engenheiros da Universidade de Harvard, nos EUA, em colaboração com investigadores da Universidade da Carolina do Sul, procura construir máquinas mais aerodinâmicas inspirando-se na pele dos tubarões e nos seus dentículos.

Os dentículos são pequenas placas ósseas que tornam a pele áspera, parecida a uma lixa, mas que permitem aos tubarões nadar com menos resistência da água.

A nova estrutura “bio inspirada” que os investigadores estão a criar pode ajudar o desempenho aerodinâmico de automóveis ou de aviões, à semelhança do que já aconteceu com vestuário de natação que imita a pele do tubarão.

A equipa descobriu que, além de reduzir o atrito, as estruturas formadas com a pele de tubarão aumentavam significativamente a sustentação, atuando como geradores de vórtices de alta potencia e baixo perfil.

Um gerador de vórtice é um objeto que produz um movimento rápido em espiral de um fluido, existente, por exemplo, em automóveis ou nos aviões – pequenas laminas verticais nas asas. Alteram o fluxo do ar sobre a superfície de um objeto em movimento e tornam-no, assim, mais aerodinâmico.

Segundo o estudo, publicado esta quarta-feira na Journal of the Royal Society Interface, esses geradores de vórtices inspirados na pele dos tubarões conseguem melhorias de 323% quando comparados com um perfil aerodinâmico sem geradores de vórtice.

No estudo, os investigadores lembram que os tubarões e os aviões têm semelhanças, já que ambos são projetados para se mover de forma eficiente na água ou no ar, usando as formas dos seus corpos para se sustentar e para diminuir o atrito. A diferença é que os tubarões têm 400 milhões de anos de avanço no processo evolutivo do design.

“A pele dos tubarões é coberta por milhares e milhares de dentículos, que variam de forma e tamanho ao longo do corpo”, lembrou George Lauder, professor de Ictiologia e de Biologia e um dos autores da investigação.

Até agora têm sido feitas investigações sobre as propriedades dos dentículos na redução do atrito, mas a nova investigação quer saber como influenciam também a sustentação, explicou Mehdi Saadat, outro dos autores do trabalho.

Na investigação os responsáveis contaram com a colaboração de uma equipa de engenheiros de Harvard e inspiraram-se no tubarão-anequim ou sardo (Isurus oxyrinchus), o tubarão mais rápido do mundo.

Os dentículos do Anequim têm três cristas, como um tridente, que a equipa formou e modelou em três dimensões socorrendo-se de uma micro-tomografia computorizada. O resultado em 3D foi impresso na superfície de uma asa com uma secção transversal aerodinâmica curva, o chamado perfil alar ou aerofólio.

August Domel, outro dos autores do artigo, explicou que o objetivo é testar essas estruturas para perceber que efeito têm na sustentação e no atrito e as aplicações que podem ter em aviões, drones ou turbinas eólicas.

ZAP // Lusa

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2 Comments

  1. Caro Vitor, não se assuste, não vão usar a pele de tubarões, estão sim a estudar a textura da pele de tubarão para criarem superfícies que imitam esse mesmo tipo de textura, da mesma forma como os fatos de natação já o fazem e obviamente não são feitos com pele real de tubarão.

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