Um peixe-caracol foi encontrado a mais de oito quilómetros de profundidade perto do Japão. Nunca se tinha encontrado um peixe a uma profundidade tão grande.
A talassofobia descreve o medo da vastidão do oceano, das criaturas marinhas ou do próprio fundo do mar. A ideia de existirem criaturas na escuridão do oceano que nunca foram vistas por ninguém pode causar pânico em algumas pessoas.
Uma equipa de cientistas acabou de descobrir um destes animais perto do Japão. Os investigadores captaram imagens de um peixe a nadar a uma profundidade de 8.336 metros.
É um novo recorde para o peixe mais profundo alguma vez registado, escreve o The Guardian. O peixe em questão é uma espécie desconhecida de peixe-caracol. São normalmente encontrados do Ártico ao Antártico, mas são mais comuns no norte do Pacífico.
O peixe foi filmado graças uma embarcação autónoma, como parte de uma expedição de dois meses. Poucos dias depois de filmarem o primeiro peixe-caracol, os investigadores encontraram outros dois espécimes, a uma profundidade de 8.022 metros.
O líder da expedição, Alan Jamieson, disse que adaptações específicas permitiram a algumas espécies de peixe-caracol viver cerca de mil metros mais fundo do que outros peixes de águas profundas. A pressão da água nesta profundidade é 800 vezes maior do que à superfície.
“Uma das razões pelas quais são tão bem-sucedidos é porque não têm vesículas gasosas“, explicou Jamieson. Além disso, não têm escamas, mas sim uma camada gelatinosa que Jamieson descreve como uma “adaptação fisiologicamente barata”.
O peixe agora encontrado supera em 158 metros o anterior recordista, outro peixe-caracol, encontrado em 2017, na Fossa das Marianas, a 8.178 metros de profundidade. Jamieson já tinha sido o autor da descoberta do peixe da Fossa das Marianas.