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Número de famílias sobre-endividadas continua a aumentar e já é superior aos anos da troika

Em 2019, o Gabinete de Proteção Financeira (GPF) da DECO recebeu 29.350 pedidos de ajuda de famílias sobre-endividadas, mais 350 pedidos do que em 2017, avança o jornal Público nesta terça-feira. 

De acordo com o diário, o número registado no ano passado é muito superior ao de 2008, quando a DECO recebeu 8758 pedidos de ajuda, ou mesmo durante os ditos anos da troika. Em 2012, 23.183 portugueses pediram auxílio.

Se a evolução dos pedidos de ajuda é negativa, há ainda dados mais graves: a taxa de esforço ou percentagem do rendimento que é utilizado para pagar os empréstimos atingiu, no ano passado, os 80%, mais cerca de 10 pontos percentuais que em 2017.

O crescimento da taxa de esforço “é muito preocupante”, tendo em conta que essa relação já é mais do dobro da recomendável, que não deve ultrapassar os 35%, alerta a diretora do GPF, Natália Nunes, em declarações Público.

No ano passado, o rendimento médio das famílias que pediram ajuda fixou-se em 1150 euros, menos 50 euros que em 2017, e o valor médio das prestações de crédito, o que dá a taxa de esforço, subiu de 850 euros para 924 euros.

Segundo a responsável da DECO, os pedidos chegados nas primeiras semanas de 2019 também fazem soar os alarmes. Há famílias que já não conseguem pagar empréstimos recentes, contraídos em 2018. Embora careçam de uma análise mais aprofundada, “há indícios de que as famílias já não apresentavam condições para ter acesso a esses créditos”, o que mostra que as novas contratações “não estarão a ser feitas de forma responsável”, apesar das recomendações do Banco de Portugal sobre este tema, que entraram em vigor em julho de 2018, recordou ainda Natália Nunes.

ZAP //

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