PCP tenta tirar votos… ao Chega

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André Kosters / Lusa

Paulo Raimundo, líder do PCP, a falar sentado em cadeira vermelha.

Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP

Acordo fechado “agora” com o PS – mas com condições. Depois falou directamente para apoiantes do Chega: “As pessoas estão indignadas”.

De manhã, o foco de Paulo Raimundo foi o Partido Socialista (PS) e as eleições do dia 10 de Março.

O líder do Partido Comunista Português (PCP) disse que os comunistas entrariam num Governo liderado pelo PS – mas com uma condição.

“Fecho acordo hoje se o Partido Socialista acompanhar as nossas propostas na Assembleia da República. Vamos ver qual é a posição do Partido Socialista sobre isso”.

Paulo Raimundo falava sobre quatro projectos de alteração da legislação laboral: contratação colectiva, regulamentação do trabalho por turnos e valorização de quem trabalha por turnos e o fim dos cortes às horas extraordinárias, lembra o Diário de Notícias.

“Essa é a grande questão, o resto é só para a gente andar aqui a fazer cenários que não têm consequência nenhuma na vida das pessoas“, comentou com os jornalistas, em Alenquer.

Horas depois, numa entrevista publicada no site da CDU, falou sobre as pessoas que pensam votar no Chega, em Março: “As pessoas estão justamente indignadas, sendo absolutamente traídas. Sentem-se maltratadas”.

No entanto, se é para apresentar um voto de protesto, Paulo Raimundo defende que seria melhor escolher outro quadrado no boletim: “O voto, para ser consequente com isto, tem de ser o voto no protesto, na indignação, mas também na esperança de abrir um novo caminho. E tudo isso só pode ser no PCP e na CDU”.

Assim, e para Paulo Raimundo, essas pessoas indignadas têm três hipóteses: “Fazer a vida o melhor que podem sem participação e intervenção política; votar em forças que exploram cada um desses problemas até ao limite, não para os resolver, não para os atacar, mas para se promoverem, e lá está, para cumprir o papel que o capital lhes disser que têm que cumprir; ou votam na CDU, o voto de protesto, o voto que deve refletir a justa indignação, mas simultaneamente, o voto que dá força àqueles que vão à raiz do problema”.

O secretário-geral do PCP reforça que não confunde “os propósitos dessas forças com as pessoas que, por esta ou aquela razão, pensam em apoiar eleitoralmente essa força. São duas coisas completamente distintas.”

E deixou um aviso, quer sobre o Chega, quer sobre a Iniciativa Liberal: “Podem-se pintar de todas as cores, podem falar alto, podem esbracejar, podem inventar todas as mentiras, que é uma coisa recorrente nestas forças. Mas a verdade é essa: é que nós sabemos de onde é que eles vêm e sabemos por que é que saíram. E sabemos o papel que o capital lhes está a dar. Estão a cumprir. Temos de reconhecer que estão a cumprir esse papel”.

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4 Comments

  1. Concordo: é nos assuntos laborais que as questões são prementes. O resto, é como diz “…é só para a gente andar aqui a fazer cenários que não têm consequência nenhuma na vida das pessoas”…

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