Pavilhão de escola de Matosinhos fechado devido a estirpe de legionella

Tiago Petinga / Lusa

Luísa Salgueiro, presidente da Câmara de Matosinhos

O pavilhão desportivo da Escola Secundária Abel Salazar, em Matosinhos, está fechado devido à presença de uma estirpe de legionella detetada nas canalizações, mas que “não constitui qualquer perigo para a saúde”, confirmou a câmara à agência Lusa.

“Foram encontrados no pavilhão desportivo da Escola Secundária Abel Salazar indicadores microbiológicos da presença de uma estirpe de legionella que, não apresentando qualquer perigo para a saúde, exigiu intervenções que cessassem o risco potencial”, referiu esta autarquia do distrito do Porto, numa informação enviada à Lusa.

O pavilhão não reabriu com o regresso às aulas presenciais porque a estirpe de legionella spp foi detetada nas suas canalizações antes da reabertura das escolas.

No comunicado, a Câmara explicou que realizou análises à presença de legionella em todas as escolas e equipamentos escolares que estiveram encerrados, desde janeiro até ao início de abril, no âmbito das medidas de contenção da pandemia de covid-19.

Uma medida precaucionária que pretendia proteger a comunidade escolar da eventual presença deste tipo de bactérias, uma vez que o facto de as escolas terem estado encerradas constituía um fator de risco acrescido para o aparecimento desta bactéria nas canalizações”, acrescentou.

Perante a presença desta estirpe, a autarquia, em articulação com a Unidade de Saúde Pública de Matosinhos, tomou as diligências necessárias, desinfetando as canalizações através de tratamento químico e térmico, sublinhou.

Posteriormente, foram recolhidas novas amostras que, depois de analisadas, evidenciaram indícios da presença da bactéria, pelo que o equipamento se mantém encerrado, revelou a câmara.

“Todos os procedimentos para a normalização da situação estão a ser levados a cabo pela autarquia”, garantiu.

Em outubro de 2020, um surto de legionella afetou os concelhos de Matosinhos, Vila do Conde e Póvoa de Varzim, no distrito do Porto. A sucessão de casos, nos dias seguintes, levou as autoridades de saúde a fazerem análises nas redes de distribuição públicas de água e também em empresas com torres de refrigeração dos concelhos.

Já em novembro, a fábrica de laticínios Longa Vida, em Matosinhos, desligou preventivamente os equipamentos, depois de ter sido detetada a bactéria no local. A empresa garantiu não ter recebido “informação sobre a correlação entre a presença desta bactéria” nas torres de refrigeração e a origem do surto.

Antes, o Ministério Público (MP) determinou a abertura de um inquérito para investigar as causas do surto.

A 13 de janeiro, em audição parlamentar, a Administração Regional de Saúde de Norte (ARS-N) deu por extinto o surto de legionnella que atingiu a região do Grande Porto no último trimestre de 2020, atualizando em 88 casos e 15 mortos o balanço final da ocorrência.

A doença do legionário, provocada pela bactéria Legionella Pneumophila, contrai-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares.

// Lusa

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