Terá sido uma almofada de tecido no calcanhar, que amortecia o grande peso dos saurópodes, o segredo para que estes enormes dinossauros conseguissem caminhar.
Foi finalmente resolvido o mistério sobre como os dinossauros saurópodes aguentavam com o seu próprio enorme peso.
Um novo estudo publicado na Science Advances utilizou técnicas de engenharia e modelos 3D para reconstruir digitalmente e avaliar a funcionalidade dos ossos dos pés dos saurópodes.
As patas traseiras dos saurópodes tinham uma almofada de tecido debaixo do seu calcanhar, que funcionava como um amortecedor e permitia aos pés suportar o seu enorme peso, relata o SciTech Daily.
Os saurópodes eram os maiores animais terrestres há mais de 100 milhões de anos. Acreditava-se inicialmente que eram aquáticos já que a flutuabilidade na água facilitaria o suporte do seu peso. No entanto, a descoberta de vestígios da passagem de saurópodes em Terra em meados do século XX desmistificou esta ideia.
Também se acreditou que estes dinossauros tinham patas semelhantes às dos elefantes, mas estas têm bastantes diferenças — os elefantes andam na ponta dos pés nas suas patas da frente e de trás, enquanto que os saurópodes tinham várias diferenças entre as patas dianteiras e traseiras.
Steve Salisbury, professor associado na Universidade de Queensland e co-autor do estudo, esta diferença explica-se com as diferenças na evolução entre os animais. “Os elefantes pertencem a uma ordem antiga de mamíferos chamada proboscídeos, que apareceu pela primeira vez em África há cerca de 60 milhões de anos como herbívoros pequenos e inclassificáveis”, começa.
“Como contraste, os saurópodes — cujos antepassados apareceram pela primeira vez há 230 milhões de anos — estão mais relacionados com os pássaros. Eram ágeis, herbívoros com duas patas e foi só mais tarde na sua evolução que começaram a andar em quatro patas. Crucialmente, a transição para se transformarem nos maiores animais terrestres que andaram na Terra parece ter envolvido a adaptação da almofada no calcanhar”, explica.
Os investigadores querem agora aplicar os modelos 3D e os métodos que usaram neste estudo para fazerem mais descobertas sobre a fisionomia de outros animais.