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Este pássaro gigante tinha uma enorme cabeça (mas um cérebro espremido)

(dr) Peter Trusler

Impressão artística da ave Dromornis stirtoni

Esta ave gigante, que não conseguia voar, tinha uma grande cabeça, com cerca de meio metro de comprimento, mas o seu cérebro estava totalmente espremido por causa do seu bico.

Esta ave não voadora (Dromornis stirtoni), que viveu na Austrália durante o Mioceno, podia chegar aos três metros de altura, pesar até 600 quilos e era dona de uma grande cabeça e de um grande bico. Curiosos, paleontólogos da Universidade Flinders decidiram estudar como era o seu cérebro.

O novo estudo, publicado a 15 de março na revista científica Diversity, que se baseou na análise de fósseis com cerca de sete a 24 milhões de anos, indica que os cérebros e os nervos deste pássaro são mais parecidos com os das galinhas modernas.

“A verdade improvável é que estas aves estavam relacionadas com aves modernas como as galinhas e os patos”, explica, em comunicado, Trevor Worthy, professor associado desta universidade australiana e um dos autores do estudo.

Além disso, como também tinha de dar espaço ao bico que a ajudava a devorar todos os alimentos vegetais de que precisava, o cérebro desta espécie acabou por desenvolver-se de uma forma estranha.

(dr) Trevor Worthy / Flinders University

Reconstrução de um esqueleto de um Dromornis planei

“Este pássaro tinha um grande crânio, mas atrás do enorme bico havia um crânio estranho. Para acomodar os músculos que lhe permitiam mexer o bico, o crânio tornou-se mais alto e mais largo do que comprido. Desta forma, o cérebro acabou por ser espremido e achatado para também conseguir caber”, acrescentou.

“Juntamente com os seus olhos e o bico grandes, a forma dos seus cérebros e nervos sugere que estas aves provavelmente tinham uma visão estereoscópica bem desenvolvida (perceção de profundidade) e alimentavam-se de uma dieta de folhas e frutas”, acrescentou Warren Handley, o autor principal do artigo científico.

Os investigadores acreditam que foi este tipo de capacidades que permitiu a este ‘mihirung’, a palavra aborígene que significa “pássaro gigante”, se adaptar ao clima australiano cada vez mais seco daquela época.

Segundo os autores do estudo, citados pelo site Science Alert, a sua morfologia craniana e endocraniana é “diferente de qualquer outra obtida na evolução das aves”, fazendo desta espécie uma “experiência evolutiva extrema”.

ZAP //

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