A magnetita, uma partícula encontrada na poluição do ar, pode induzir sinais e sintomas da doença de Alzheimer.
A equipa internacional de cientistas responsável por este estudo analisou o impacto da poluição do ar na saúde do cérebro de cobaias e nas células neuronais humanas, com o objetivo de compreender de que forma a exposição a partículas tóxicas poderia levar à doença de Alzheimer.
Dado que menos de 1% dos casos desta doença são hereditários, é provável que o ambiente e o estilo de vida desempenhem um papel fundamental no desenvolvimento da condição.
“Estudos anteriores indicaram que as pessoas que vivem em áreas com elevados níveis de poluição atmosférica correm maior risco de desenvolver Alzheimer.
A magnetita, um composto magnético de óxido de ferro, também foi encontrada em maiores quantidades no cérebro de pessoas com esta doença”, salientou Cindy Gunawan, investigadora do Instituto Australiano de Microbiologia e Infeção.
Apesar de, até agora, os cientistas desconfiarem desta ligação, este é o primeiro estudo a analisar se a presença de partículas de magnetita no cérebro pode mesmo induzir sinais e sintomas de Alzheimer.
Em laboratório, a equipa expôs ratos saudáveis e geneticamente predispostos à doença a partículas muito finas de ferro, magnetita e hidrocarbonetos diesel durante quatro meses, tendo descoberto que a magnetita induziu as patologias mais consistentes da doença de Alzheimer.
De acordo com o EurekAlert, entre os sinais estavam a perda de células neuronais no hipocampo, uma área do cérebro crucial para a memória, e no córtex somatossensorial, que processa as sensações do corpo.
Já o aumento da formação de placa amilóide foi observado em ratos já predispostos à doença.
Os investigadores também observaram alterações comportamentais nos ratos que eram consistentes com o Alzheimer, como aumento do stress e ansiedade e comprometimento da memória de curto prazo.
O artigo científico foi publicado recentemente na Environment International.
