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Para detetar cancro basta respirar durante 5 minutos com novo sistema da Champalimaud

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O paciente respira para uma máscara semelhante a uma máscara de oxigénio durante 5 minutos e é assim que a Fundação Champalimaud, que investiga há vários anos doenças oncológicas, deteta a doença o mais cedo possível.

A inovação, que funciona por enquanto apenas para detetar cancros do pulmão, ovário e pâncreas — três dos cancros mais agressivos e mortíferos, por terem um diagnóstico difícil — já diagnosticou 300 doentes. Outras cerca de 400 pessoas fazem parte de um grupo de controlo da amostra do estudo em desenvolvimento.

Em comparação com outros exames, este é mesmo simples, só temos de ter paciência para estar aquele bocadinho parados”, diz uma paciente alvo do estudo ao Expresso.

Pedro Duarte Vaz, investigador da unidade do pulmão da Fundação Champalimaud, explica o processo.

“Olhamos para um padrão do ar exalado das pessoas que não têm doença versus as que têm. Todos eles têm as suas diferenças. Temos de recorrer a métodos de inteligência artificial que nos permitam classificar umas bases de dados de imagens desses dados que representam a composição química do perfil respiratório de cada pessoa e agregá-los nas mesmas bases de dados para poder classificá-los”, adianta o investigador.

“Não queremos que seja um teste de diagnóstico, porque não há capacidade de fazer diagnóstico com este teste, pelo menos para já”, explica Pedro Duarte Vaz. O foco é a “triagem e a deteção precoce”.

Os investigadores esperam mais tarde implementar o novo sistema em centros de saúde, onde se tornaria parte da rotina de diagnóstico. Mas reconhecem que ainda é cedo para tal.

“Vamos confrontar os nossos modelos com um teste mais instituído, neste caso, uma tomografia torácica. Passando essa validação podemos abrir a uma população mais geral e, se tudo correr bem, podemos começar a fazer isto como uma técnica comum”, explica o especialista.

Mais de 5 mil pessoas morrem por ano de cancro do pulmão, traqueia e brônquios. O cancro do ovário mata meio milhar de mulheres anualmente, e mais de duas mil pessoas morrem vítimas de cancro do pâncreas, segundo dados da Liga Portuguesa Contra o Cancro.

ZAP //

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