O primeiro-ministro da Papua Nova Guiné, James Marape, anunciou a composição do seu Governo, que conta com figuras novas mas também algumas pastas, incluindo um ministério para o café.
O cargo – que se acredita ser uma estreia mundial – mostra o empenho do governo na expansão de indústrias-chave, disse Marape, reeleito no início deste mês após uma campanha marcada pela violência e por alegações de fraude eleitoral. Pela primeira vez, foi também nomeado um ministro para o óleo de palma.
“As nomeações destacam a agricultura de uma forma muito significativa”, indicou Marape na terça-feira, ao anunciar o novo gabinete composto por 33 membros, acrescentando: “a maior parte do nosso povo são agricultores de subsistência. Temos terra e devemos encorajar o nosso povo a dedicar-se à produção agrícola”.
Os ministérios do Café e do Óleo de Palma têm assento ao lado do Ministério da Agricultura, dirigido pelo deputado Goroka Aiye Tambua. O pasta do café será liderada pelo deputado, Joe Kuli, de Anglimp-South Waghi, uma região onde existiu no passado uma extensa plantação deste produto.
A exportação de café para países como a Austrália, os Estados Unidos (EUA) e o Japão aumentou nos últimos anos. “O foco do ministro Kuli será café, café e café. Quero beber café feito em Goroka, Mt Hagen, Lae e outras partes do país e ver mais café cultivado para exportar para os mercados lucrativos do mundo”, referiu Marape.
A produção de café no país é dominada por pequenos agricultores, que produzem cerca de 85% da colheita anual. É uma fonte de rendimento para cerca de dois milhões de pessoas – um quarto da população – de acordo com o departamento de agricultura e pecuária.
O café é o segundo maior produto agrícola do país, somente perdendo para o óleo de palma, e representa 27% das exportações agrícolas e 6% do PIB.
Francis Maneke, deputado por Talasea, ficou responsável pelo Ministério do Óleo de Palma. Este “é o maior produto agrícola da Papua-Nova Guiné, contribuindo com cerca de 40% das receitas de exportação” no sector agrícola, informou Marape.
“Temos tanta terra que se encontra ociosa e o ministro Maneke está incumbido de a utilizar para aumentar a produção, bem como para ajudar a indústria existente a crescer”, acrescentou.