Em tempo de pandemia, Costa e UGT fazem tréguas. Parceiros sociais chamados a São Bento

Pedro Nunes / Lusa

O secretário-geral da UGT, Carlos Silva

Esta quarta-feira, representantes dos patrões e líderes sindicais vão a São bento saber como o país está a enfrentar a pandemia desencadeada pelo novo coronavírus.

Depois da tempestade, as tréguas. Depois de quatro anos a tentar ter uma reunião com o primeiro-ministro, o secretário-geral da UGT vai encontrar-se com António Costa em São Bento.

Segundo o Expresso, Carlos Silva e a delegação da UGT são os últimos a ser recebidos pelo governante, numa ronda que começa às 15h com os representantes de todas as confederações patronais. Por volta das 16h30 é a vez da delegação da CGTP e, umas horas depois, a UGT.

António Costa e o líder da UGT estão de costas voltadas desde novembro de 2015, altura da tomada de posse do Governo da geringonça. Carlos Silva, também militante do PS, tentou várias vexes um encontro com o primeiro-ministro, mas nunca conseguiu.

O Expresso detalha que a última tentativa aconteceu no final de janeiro, quando se ultimava a discussão do Orçamento do Estado. António Costa remeteu o sindicalista para o gabinete da ministra do trabalho e Carlos Silva ficou desagradado com a atitude, falando em “desrespeito” e considerando-se vítima de uma “bofetada de luva de boxe”. Por fim, deixou uma ameaça: “A UGT pode fazer pagar caro por esta desconsideração”.

Os participantes desta reunião de parceiros sociais mostram-se preocupados com o impacto social e económico da pandemia de covid-19. Do lado sindical, as preocupações prendem-se com os abusos praticados, uma vez que têm sido abundantes as denúncias de casos de abusos no despedimento de trabalhadores ou no recurso a estratégias de imposição, por exemplo.

Os empregadores querem, por sua vez, reforçar as medidas de apoio às empresas. A CIP aplaudiu as proposta do Governo, mas considerou-as insuficientes. Após o anuncio, António Saraiva apresentou um conjunto adicional de medidas no valor global de 20 milhões a fundo perdido para fazer face às necessidades das empresas.

ZAP //

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