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Um país à prova de inundações; será possível?

(h) Andrew Rankin / EPA

Só no Verão passado, mais de dois terços do país ficaram inundados. Num ápice. A Eslovénia tenta reverter esse cenário.

O Verão de 2023, sobretudo Agosto, ficou e ficará na memória de milhões de eslovenos. Houve inundações um pouco por todo o lado.

As chuvas fortes inundaram, de imediato, mais de dois terços do país. 183 dos 212 municípios foram afectados.

Tal como noutros locais, as alterações climáticas fazem a diferença e prevê-se uma maior frequência de chuvas fortes, nada habituais (até aqui) no Verão.

Para evitar desfechos iguais, a Eslovénia está a tentar transformar-se num país à prova de inundações repentinas.

Há camiões e escavadoras a construir açudes, alargar as margens dos rios e elevar os diques – isto em 250 pontos de passagem de água.

E já terminaram trabalhos semelhantes em mais de 700 outros locais.

O canal Euronews espreitou um local perto de Kamnik, onde verificou que os trabalhadores estão a estabelecer o fluxo básico do leito do rio através da remoção de material. Ao mesmo tempo, desloca-se o dique, dando espaço ao rio.

Em zonas de torrentes de montanha, estão a ser instalados sistemas para capturar ramos e árvores pesados, para não causar danos aos edifícios.

Já nas cidades elevam-se os muros do dique do rio com um período de retrocesso de 500 anos – muito para além da altura de uma inundação.

Noutras zonas (e porque há espaço para isso) escava-se um leito mais largo, apostando na preservação de árvores e no abrandamento da água – um método mais barato mas que exige manutenção mais frequente e atenta (tirar a vegetação a mais, árvores mortas ou árvores caídas, por exemplo), para decorrer a regeneração natural.

Dinheiro, impostos, convencer

Por falar em custos, as cheias não ficam baratas para o Governo: já foram gastos 500 milhões de euros para ajudar residentes, empresas e autoridades locais a pagar a limpeza e a recuperação.

E estima-se que será gasto muito mais dinheiro nestas medidas de adaptação.

O dinheiro vem, parcialmente, de um  um imposto de 0,2% sobre os activos dos bancos. É um imposto temporário, previsto para 5 anos, mas deve juntar 100 milhões de euros por ano, 500 milhões no total.

O IRC passa de 19% para 22%, igualmente válido por 5 anos.

“Os aumentos de impostos nunca são bem-vindos, mas acreditamos que se trata de um investimento no futuro, e também para a economia. Porque as estruturas mais resistentes, que nos tornam mais seguros contra inundações e outros fenómenos naturais, também compensam significativamente mais tarde”, comentou o Ministro de Estado Boštjan Šefic.

E ainda falta o mais complicado: convencer quem mora nas zonas alvo de obras. Porque as pessoas não querem que mexam no seu quintal.

ZAP //

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