Pais que recusam vacinar os filhos são problema cada vez maior na Europa

Sanofi Pasteur / Flickr

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O diretor do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças disse esta sexta-feira em Lisboa que o aumento de pessoas que recusam a vacinação pode representar um problema para a Europa, onde neste momento há vários casos de sarampo.

Marc Sprenger falava aos jornalistas no final de uma visita ao Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), em Lisboa, instituição que já conhecia e onde pode presenciar “a melhoria dos laboratórios”.

O especialista lembrou que os surtos de sarampo que existem na Europa começaram na Alemanha, em Berlim, porque existem clusters de pessoas que se recusam a vacinar os filhos, o que é lamentável porque a vacina é muito importante para prever a doença.

“Se estes grupos aumentarem, teremos um problema na Europa”, destacou.

Marc Sprenger enalteceu a elevada taxa de vacinação em Portugal e disse desconhecer a existência no país destes grupos de pessoas que recusam a vacinação dos filhos, muito comuns no seu país, a Holanda.

As preocupações do diretor do ECDC com o aumento do sarampo extravasam as fronteiras europeias.

“Uma das consequências do Ébola foi a suspensão da vacinação. O que estamos agora a ver é surtos de sarampo na África ocidental, o que são más notícias”, disse.

Para o especialista, a solução não passa pela obrigatoriedade da vacinação, mas sim por convencer os pais da importância de vacinarem os seus filhos.

Portugal preparado para eventuais casos de Ébola

No final da visita que realizou ao INSA, incluindo aos laboratórios de elevada segurança, Marc Sprenger afirmou que Portugal “está bem preparado” para responder a eventuais casos de Ébola.

“É muito importante que a Europa apoie os países da África ocidental a acabar com o surto de Ébola”, disse.

Apesar de algum abrandamento da infeção, registam-se ainda cerca de 40 casos diários, metade dos quais fatais. “Continua a ser um número substancial”, disse.

Marc Sprenger adiantou que esta diminuição do número de casos é um bom sinal, mas trava o avanço da vacina, que por isso só deverá apresentar resultados finais dentro de alguns meses.

“Estamos a testar vacinas, mas podemos testá-las de diferentes formas e a melhor forma seria testar em pessoas que pudéssemos ver que eram os últimos casos, mas isso não é fácil”.

Atualmente está em transporte parte de um laboratório que será montado na Guiné-Bissau, onde técnicos do INSA e profissionais da Direção Geral da Saúde e do INEM vão ajudar a população no diagnóstico do vírus Ébola.

Segundo o presidente do INSA, Fernando Almeida, a equipa do instituto segue no próximo dia 13, devendo o laboratório estar operacional no final do mês.

/Lusa

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