Charlie Gard sofre de uma doença rara e sem cura. Os pais estavam numa batalha legal para conseguirem levar o filho para um tratamento experimental nos EUA, mas anunciaram esta segunda-feira que “acabou-se o tempo” e desistiram.
Desde os dois meses que Charlie Gard, agora quase com um ano, está internado num hospital em Londres, dependente de máquinas de suporte de vida.
Há seis meses que o bebé britânico encontra-se também no centro de uma batalha judicial: o hospital insiste em desligar as máquinas, mas os pais têm lutado pela possibilidade de experimentar um tratamento experimental nos EUA.
A luta judicial chega agora ao fim, com os pais, Connie Yates e Chris Gard, a tomarem a decisão de aceitar a retirada do suporte de vida, depois dos resultados da última ressonância magnética.
Perante o tribunal, o advogado do casal considerou que “o tempo esgotou-se” para o bebé e que os pais tinham tomado a decisão depois de informados por um médico norte americano de que era “demasiado tarde” para um tratamento.
“Os piores receios dos pais confirmaram-se“, lamentou o advogado, explicando que Michio Hirano, o professor de neurologia da Universidade de Columbia em Nova Iorque, que voou até Londres com o objetivo de convencer a equipa de médicos a permitir que Charlie fosse para os Estados Unidos para receber um novo tratamento experimental, retirou a proposta.
“Infelizmente a janela da oportunidade já não existe. Os pais tomaram uma decisão muito difícil”, anunciou Grant Armstrong ao juíz Nicholas Francis.
O caso, que tem tido grande repercussão internacional conquistou o apoio tanto do Papa Francisco como de Donald Trump que exigiram que o bebé fosse transportado para os Estados Unidos de modo a ter acesso a novos tratamentos. Com esse propósito foi atribuído ao bebé, na semana passada, o estatuto de residência legal permanente.
Charlie sofre de zap
, uma doença rara que lhe provocou danos cerebrais irreversíveis.