Está com dificuldades em pagar o crédito à habitação face ao aumento da inflação e das taxas Euribor? Saiba o que fazer nesses casos.
Para fazer face às elevadas taxas de juro, o secretário de Estado do Tesouro, João Nuno Mendes, anunciou que os bancos vão ficar obrigados a renegociar créditos à habitação até ao final de 2023 – em créditos até 300 mil euros.
A prestação da casa paga pelos clientes bancários no crédito à habitação subiu acentuadamente em novembro nos contratos indexados à Euribor a três, seis e 12 meses, face às últimas revisões.
Um cliente com um empréstimo no valor de 150 mil euros, a 30 anos, indexado à Euribor a seis meses e com um spread de 1%, por exemplo, passa a pagar a partir de agora 632,16 euros, o que traduz uma subida de 170,83 euros face à última revisão em maio.
Taxa de esforço e simulação à taxa Euribor mais elevada dos últimos 20 anos são dois indicadores essenciais para antecipar cenários no pagamento das prestações mensais do crédito à habitação, escreve o Jornal de Negócios.
O Governo definiu que os bancos devem atuar para proteger os agregados em dificuldades, nomeadamente quando registam uma taxa de esforço superior a 36%. No entanto, nem todos os créditos estão incluídos, pelo que é recomendável fazer algumas contas e antecipar cenários.
O primeiro passo é calcular a taxa de esforço — a relação entre o rendimento mensal liquido de um agregado familiar e a despesa do mesmo. Este cálculo permite ficar a saber o peso das suas despesas mensais no seu orçamento face aos rendimentos do seu agregado familiar.
Para calcular a taxa de esforço, deverá dividir o valor do encargo mensal do crédito pelo rendimento, multiplicando o montante por 100. Se a taxa ultrapassar os 35%, é razão para ficar preocupado.
Quando faz o crédito à habitação, os bancos são obrigados a preparar os clientes para um cenário da taxa Euribor mais elevada dos últimos 20 anos. Apesar das subidas recentes, ainda não chegamos a esse patamar.
A Ficha de Informação Normalizada Europeia (FINE) ou um dos seus anexos, que recebeu na contratualização do empréstimo, deverá conter essa simulação, explica o Negócios.
Depois de avaliados estes dois fatores, o cliente poderá ainda pedir ajuda ao Mediador do Crédito se precisar de mais informações. O Mediador do Crédito pode intervir a pedido de um cidadão, mas também de sociedades comerciais, devendo o pedido ser enviado por correio postal ou eletrónico.
O Gabinete de Proteção Financeira, da DECO, também ajuda os consumidores no âmbito do crédito à habitação. É pedido que os clientes contactem este gabinete antes de eventuais falhas no pagamento, para que sejam encontradas soluções em conjunto.
Entregar o ouro ao bandido!