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Pagamento online vai obrigar o cliente a ter cartão bancário: “Só vejo um motivo”

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Mudança será aplicada daqui a duas semanas, em todas as instituições financeiras a operar em Portugal. Há petição contra.

Os pagamentos online podem ser feitos sem o cliente ter um cartão bancário. Mas isso vai mudar no novo ano.

A partir do dia 1 de Janeiro, o cliente que faça qualquer pagamento online – através do site ou da aplicação do banco – terá de ter um cartão do respectivo banco. Físico ou virtual.

Pagamentos de serviços, ao Estado, de compras, carregamentos de telemóveis, telecomunicações e transportes, segurança social para trabalhadores do serviço doméstico, trabalhadores independentes e seguro social voluntário: tudo pode ser feito através da internet mas exigirá cartão.

O Jornal de Negócios explica esses pagamentos só poderão ser feitos através de contas bancárias que tenham associado um cartão de débito ou de crédito.

Vai chegar a todas as instituições financeiras a operar em Portugal.

A alteração foi feita pela SIBS ao Serviço de Pagamentos via Canais Digitais.

A SIBS assegura que os clientes não vão sentir impactos, embora admita que “nalgumas situações muito pontuais poderá ser necessária a associação de um novo cartão, real ou virtual, dependendo da oferta do prestador de serviços de pagamento ou instituição financeira”.

“Os clientes poderão continuar a fazer os seus pagamentos do dia-a-dia com a mesma conveniência e comodidade após esta evolução, que na generalidade dos casos não terá impactos além da atualização das condições de serviço”, indica a SIBS.

A antiga Sociedade Interbancária de Serviços justifica esta medida com a regulamentação Europeia e com novas regras do Banco de Portugal.

Petição

Esta medida já originou uma petição contra, publicada no domingo passado.

O criador do documento, Paulo Santos, contou na rádio TSF que, como vive no estrangeiro, paga muitas contas através da internet.

E não entende esta necessidade de cartão: “Não consigo perceber qual é o nexo disso, porque isso vai complicar o sistema e torna-o mais inseguro, porque vou ter que andar sempre com cartões.”

Ou melhor, só vê um motivo: os bancos receberem a anuidade de cada cartão. “Não percebo outra razão para tomar esta medida para além de quererem que as pessoas paguem anuidades de cartões, porque se até agora funcionava sem ser necessário um cartão, se o sistema bancário funciona à volta da conta, não à volta do pagamento, porque é que os pagamentos precisam do cartão, que é outra coisa periférica da conta?”.

Na petição, olha-se para números: “Os cartões de débito têm normalmente uma anuidade entre 10 euros e 20 euros. Se por causa desta medida forem pedidos mais 500 mil cartões/ano, resultará numa receita adicional para os bancos de pelo menos 5 milhões de euros para prestarem um serviço pior do que prestam agora”.

ZAP //

6 Comments

  1. Passe a publicidade, abram uma conta Moey! Ficam com um cartão gratuito, transferências por IBAN instantâneas (e gratuitas) e possibilidade de fazer pagamentos por entidade/referência.

  2. Contas à ordem no ActivoBank não pagam comição de manutencão das mesmas, nem anuidade do cartão de débito. Pelo menos por agora. Fica a dica…

  3. os bancos sempre a sacar dinheiro ao pobre assim é facil ter lucros fabulosos e os governos aprovam todas estas tretas

  4. Eu não percebo nada de questões técnicas bancárias.
    Mas pensando, este problema não parece ser um problema da banca (e atenção que eu não gosto dos bancos nem “à lei da bala”.
    Isto parece ser exactamente um problema da SIBS.
    A “>chupeta” tem vindo a desaparecer, com a banca a fazer pagamentos sem recurso ao canal SIBS, o aparecimento dos open Bank, etc, a receita para não fazer nada tem caído enquanto o numero e o valor dos pagamentos pelos canais digitais aumenta.
    A solução é realmente fazer uns telefonemas e obrigar que o sistema, dos amigos e dos que recebem umas notas para serem amigos, alterem a regulamentação para que os cartões que estão a cair, de repente têm que voltar à ribalta.
    Com excepção de Portugal, no resto do mundo não há pagamentos multibanco. Apenas com cartão de crédito. E por consequência não há homónimos da SIBS em mais lado nenhum…
    Também concordo totalmente com o Sr. Paulo Santos.
    Estamos a complicar um sistema apenas para ter um serviço mais caro e pior.
    O dinheiro ao estado nunca chega, é sempre preciso arranjar forma de sacar mais algum.
    Outro exemplo disso, é a maravilhosa facturação digital. De repente, há mais um instituto do estado a cobrar e uma quantidade de empresa a viver à custa de subscrições para que se possam fazer facturas para as quais anteriormente era apenas preciso uma impressora.
    E, também neste particular, complicamos para conseguirmos ter um serviço pior. Por exemplo. Como se faz uma devolução de uma factura digital que esteja errada e não se possa receber por alguma razão? Digam lá?
    Isto é o que dá uma sociedade comunistoide… sempre na base da mesquinhes e tentativa do cravanço de quem tem a infelicidade de se esforçar para ganhar algum dinheiro.

  5. E se todos os encerrarem as contas? Se calhar os bancos arrepiavam caminho. Esse é o problema. Todos piam muito, mas é na internet. Não passam de insignificantes Grilos.

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