O nosso padrão de respiração é tão único como uma impressão digital

E se a respiração fosse como uma “leitura do cérebro”? Cada um tem a sua própria impressão digital respiratória — e isso pode ajudar-nos a prever doenças.

“Pensar-se-ia que a respiração já foi medida e analisada de todas as formas”, diz o neurocientista Noam Sobel do Instituto Weizmann de Ciência à Science Alert. “No entanto, descobrimos uma forma completamente nova de olhar para a respiração. Consideramo-la como uma leitura do cérebro“.

Uma equipa de cientistas descobriu, depois de equipar pessoas com um dispositivo que monitoriza a sua respiração nasal, que o nosso padrão respiratório é tão único como uma impressão digital. A análise dos dados revelou padrões suficientemente detalhados para que os investigadores pudessem identificar os indivíduos com uma precisão de 96,8%.

O estudo publicado na Current Biology esta semana utilizou um dispositivo que monitoriza e regista com precisão o fluxo de ar através de cada narina do utilizador. De seguinda, os investigadores encarregaram 97 participantes do estudo de usar o dispositivo durante um máximo de 24 horas.

“A ideia de utilizar o padrão de respiração de um indivíduo como uma assinatura única tem sido discutida há décadas na comunidade científica respiratória. Pode ver facilmente a singularidade de cada pessoa quando mede pessoas diferentes”, revela Timna Soroka, que também participou no estudo.

“No entanto, até agora, não existia uma forma conveniente de a medir. O desenvolvimento de um pequeno dispositivo de vestir capaz de gravar durante longos períodos de tempo permitiu-nos medir 100 participantes durante 24 horas. Isto, por sua vez, permitiu-nos apresentar o conceito de uma forma muito mais convincente“.

O próximo passo, no entanto, será a aplicação desta investigação ao diagnóstico, explica Soroka. “Podemos aprender como padrões de respiração específicos podem prever várias doenças“, diz. “Mas é claro que, no futuro, iremos examinar se também podemos tratar doenças modificando os padrões respiratórios”.

ZAP //

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