34 anos, 750 episódios e inúmeras agressões depois (como se vê no vídeo acima), é oficial: Homer já não estrangula Bart em “Os Simpsons”.
A reprimenda de pai para filho era uma das piadas regulares no programa que se mantém no ar 34 anos e 750 episódios depois da estreia.
O momento era sempre marcado por uma das frases de marca de Homer “Are you little!”, seguida de um ataque a duas mãos ao pescoço do seu filho, Bart Simpson, que fazia os seus olhos saltarem-lhe da cara.
Agora, após quatro temporadas sem estrangulamentos, é oficial: Homer Simpson não vai voltar a esganar Bart no infame desenho animado “Os Simpsons”.
A revelação surge diretamente do pai de família no terceiro episódio da temporada 35, em que Homer confessa após ver o seu forte aperto de mão elogiado: “vês, Marge [a mãe da família Simpson]? Estrangular o rapaz valeu a pena! Estou a brincar, já não faço isso. Os tempos mudaram.”
I just found out that, after over 30 years, The Simpsons has finally retired their long-running gag of Homer strangling Bart.
Took them long enough lmao pic.twitter.com/JuHyNu1eiK
— Simon A. (Baby Lamb Creations) (@BabyLamb5) November 2, 2023
Após várias reprimendas, Homer aprendeu
O momento de violência recorrente tem vindo a ser alvo de críticas dos fãs da série há anos — e até já havia sido abordado diretamente em alguns episódios.
O sétimo episódio da temporada 22 é dedicado ao estrangulamento. Nele, Homer vê-se forçado pela esposa a frequentar uma aula de parentalidade para parar de agredir Bart. O gigante e ex-estrela da NBA, Kareem Abdul Jabbar encarrega-se de mostrar a Homer “como é sentir-se jovem, pequeno e aterrorizado”. Quando regressa a casa, um Homer traumatizado já não consegue estrangular Bart.
No entanto, o trauma durou pouco: duas temporadas mais tarde, Homer volta a esganar o filho em público.
Esta também não é a primeira vez que o famoso cartoon faz alterações ao seu alinhamento conhecido pela consistência.
A série já tinha estado sob fogo devido à personagem Apu, acusado de promover estereótipos raciais.
A controvérsia sobre o caráter do comerciante imigrante Apu Nahasapeemapetilon intensificou-se em 2017, quando o norte-americano de origem indiana, Hari Kondabolu, fez um documentário no qual afirmava que Apu fora criado com base em estereótipos raciais.
Em declarações à BBC, Kondabolu disse que esta era uma personagem problemática porque era definida pela sua profissão, pelo número de filhos e pelo casamento ‘arranjado’.
No documentário — “The Problem with Apu” —, o norte-americano disse que Apu era uma das únicas representações dos sul-asiáticos na televisão norte-americana e que, quando era jovem, as crianças imitavam a personagem para gozarem com ele.
Muitas pessoas apoiaram esta crítica, mas também houve quem defendesse o programa, destacando que todas as personagens dos “Simpsons” eram estereótipos.
Eu ia dizer que é o fim do desenho, mas confio nos criadores dos Simpsons para acharem novos comportamentos politicamente corretos para ridicularizar no lugar deste.
“Why, you little–“
Mas há coisas que só servem para fazer rir e para entreter. Que porra, levam tudo à letra. É só flores de estufa que não sabem distinguir a ficção da realidade.