Os mosquitos do Metro de Londres têm origens surpreendentemente antigas

Uma forma de mosquito encontrada nos sistemas de metro urbano evoluiu no Médio Oriente, há milhares de anos, para viver em ambientes humanos muito antes de os caminhos-de-ferro subterrâneos terem surgido no século XIX.

O Culex pipiens f. molestus encontra-se em cidades de todo o mundo, mas tornou-se amplamente conhecido como o mosquito do Metro de Londres.

Os biólogos pensavam que a forma molestus tinha evoluído em ambientes urbanos nos últimos séculos, mas estavam enganados.

Um estudo publicado no início de fevereiro revelou que, em vez de ter surgido nos túneis do Metro de Londres, o mosquito molestus evoluiu no Médio Oriente há milhares de anos.

E existem três pontos-chave que sustentam esta teoria.

Em primeiro lugar, a forma molestus é geneticamente mais próxima das populações de Culex pipiens f. pipiens da bacia do Mediterrâneo do que das populações de pipiens do norte da Europa.

Além disso, os mosquitos molestus da região oriental do Mediterrâneo são geneticamente mais variáveis do que os molestus dos habitats subterrâneos do norte da Europa.  “Isto sugere que estiveram no Mediterrâneo Oriental durante um período de tempo significativamente mais longo”, explicou Lindy McBride, uma das investigadoras do estudo, da Universidade de Princeton, à New Scientist.

Por fim, a forma pipiens não existe no Médio Oriente.

Ou seja, a grande conclusão do novo estudo (que a toma como “quase certa”) é que os mosquitos molestus são muito mais antigos do que se pensava.

“Os nossos cálculos dizem-nos que evoluíram há 2000 a 10.000 anos. Isto coincide perfeitamente com o desenvolvimento da agricultura no Médio Oriente“, disse McBride.

“Em vez de evoluir a partir do zero em espaços urbanos subterrâneos, o molestus já estava preparado para a vida na cidade graças a adaptações muito mais antigas”, afirma.

Ou seja, os mosquitos do Metro de Londres, afinal, não são do Metro de Londres.

ZAP //

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