Os míticos wormholes podem já ter sido detetados

Num novo estudo, uma equipa de investigadores sugere que os chamados wormholes podem já ter sido avistados, sem que o soubéssemos.

A Física diz-nos que um wormholeburaco de minhoca, em português — é uma espécie de um portal que liga dois lugares distantes no espaço e no tempo. Calcula-se que os wormholes podem levar teoricamente a qualquer lugar e podem também ocorrer em qualquer lugar.

A referência ao buraco da minhoca vem da analogia usada para explicar o fenómeno. Da mesma forma que uma minhoca que rasteja por uma maçã poderia apanhar um atalho para o lado oposto abrindo caminho através do seu interior, um viajante que passasse por um wormhole apanharia um atalho para outro lugar distante.

Provavelmente estamos mais habituados a ouvir falar dos wormholes em filmes e séries de ficção científica. No entanto, estão bem presentes na Física, embora nunca se tenha observado um… ou será que já?

Estes portais podem, de certa forma, parecer-se com uma espécie de buraco negro, o que significa que é possível que já tenham sido vistos. Uma equipa de investigadores da Universidade de Sofia, na Bulgária, propõe um novo modelo para diferenciá-los, escreve o ScienceAlert.

Os cientistas desenvolveram um modelo simplificado da ‘garganta’ de um buraco de minhoca como um anel magnetizado de fluido. Depois, a equipa fez várias suposições sobre como a matéria o circundaria antes de ser engolida.

Partículas apanhadas neste turbilhão produziriam campos eletromagnéticos poderosos, polarizando qualquer luz emitida pelo material aquecido com uma assinatura clara. Foi desta forma que vimos as primeiras imagens de M87*, em 2019, e Sagittarius A*, no início deste ano.

Um wormhole seria difícil de distinguir da luz polarizada em torno de um buraco negro, explica o ScienceAlert. Por essa lógica, M87* poderia muito bem ser um buraco de minhoca. Além disso, buracos de minhoca podem estar à espreita no final de buracos negros e não há uma maneira fácil de o saber.

Os resultados foram recentemente publicados na revista científica Physical Review D.

Daniel Costa, ZAP //

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