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Os mais ricos podem ser menos inteligentes. É a ciência que o diz

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Estudo mostra que existe uma forte relação entre inteligência e salário até ao valor de 60.000 euros por ano. Após esse valor, deixa de ser relevante.

Há quem associe a riqueza à inteligência, talvez pela ideia de que o sucesso está alicerçado na tomada de decisões certeiras e bem ponderadas.

Esta ideia, explica a IFLS, prevalece particularmente no que diz respeito aos indivíduos muito ricos, como os bilionários.

Mas serão os mais ricos efetivamente mais inteligentes do que o resto?

Um novo estudo científico apresenta uma resposta clara: não. Os mais ricos não têm qualquer tipo de característica cognitiva favorecida face ao resto da população.

De acordo com o estudo, que contou com a participação de quase 60.000 homens, há uma forte relação entre inteligência e salário até ao valor de 60.000 euros por ano, meta a partir da qual a correlação se torna quase insignificante.

De forma surpreendente, verificou-se que os homens que se encontram no topo dos lugares destinados aos mais ricos do mundo, os chamados 1%, são potencialmente menos inteligentes do que os que se encontram por atrás, num indício de que a fonte do seu super sucesso poderá ter vindo de algo totalmente diferente.

O estudo foi publicado no fim de janeiro na revista European Sociological Review.

As pesquisas anteriores já haviam relacionado a inteligência com o sucesso económico, mas não incluiu a variável dos que auferem os melhores resultados. Os autores do novo estudo procuraram explorar esta questão.

No total, foram seguidos quase 59.400 homens com cerca de 40 anos de idade, utilizando dados do mercado de trabalho no valor de 11 anos, assim como uma série de resultados de testes cognitivos, físicos e psicológicos obtidos quando eram mais novos. Estes testes foram comparados com os seus salários e “prestígio” profissional.

Os resultados ilustraram um aumento do salário e do prestígio à medida que a capacidade cognitiva também aumentava, mas depois uma estagnação à medida que os salários chegavam ao topo. Chegados à marca dos 60.000 euros por ano, deixou de haver diferenças na inteligência entre os que ganhavam mais ou menos.

Também se concluiu que os membros do clube dos 1% tinham uma pontuação ligeiramente inferior nos testes de capacidade cognitiva do que os que se encontravam um nível de rendimentos abaixo.

Isto sugere que, embora uma maior inteligência possa ajudar a projetar uma pessoa para os escalões mais altos, quando se trata de sucesso monetário final, provavelmente desempenha um papel pouco significativo e aqueles que ganham salários extremamente elevados podem na realidade ser menos inteligentes.

O estudo é limitado em vários pontos maneiras, sobretudo na falta de diversidade da amostra. Limitar a análise apenas a homens, por exemplo, diminui a representatividade dos resultados e a transposição para uma população mais vasta.

Ainda assim, se estiver à procura de verdadeiros modelos intelectuais, não use necessariamente o dinheiro como guia, uma vez que pode estar realmente à procura de alguém menos inteligente do que você.

ZAP //

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