A origem das montanhas na Terra pode ser muito mais profunda do que pensávamos

A pesquisa indica que as células de convecção no manto da Terra influenciam o movimento das placas tectónicas e a formação das montanhas.

Um novo estudo publicado na Nature Geoscience indica que as origens das grandes montanhas na Terra podem ser muito mais profundas do que pensava inicialmente.

As montanhas nascem com o choque lento das placas tectónicas, com algumas partes da crosta a serem elevadas, mas a pesquisa nas montanhas na região italiana de Calábria sugere que há forças mais profundas no manto que também são responsáveis por este processo.

Os cientistas analisaram as idades e composição química das camadas de rochas para apresentarem uma história de elevação de montanhas ao longo de 30 milhões de anos. Os resultados não corresponderam às taxas de subducção das placas tectónicas sob as montanhas, o que mostrou que teria de haver outro mecanismo a causar o surgimento das montanhas.

Tendo por base um modelo do manto da Terra e as correntes de convecção dentro dele, a equipa acredita que uma célula de convecção pode ser responsável pela formação das montanhas. Estas células surgem quando o calor do núcleo da Terra faz com que o magma fluido no manto se mova num padrão circular, impactando a atividade tectónica acima, escreve o Science Alert.

O estudo também combinou várias técnicas, como a termocronologia e o registo dos níveis do mar passados ​​deixados nas rochas, para ir mais longe no tempo do que os métodos anteriores.

Embora os modelos usados ​​envolvam algumas suposiçãões sobre o que está a acontecer no subsolo, parece que essa é uma explicação provável. Esta parte do mundo é particularmente adequada para um estudo como este porque ainda é geologicamente ativa, oferecendo pistas na paisagem atual sobre o seu passado.

“Os resultados sugerem que a maneira típica como vemos a construção de montanhas não se aplica ao sul da Itália. Parece ser controlado por coisas muito mais profundas dentro do sistema da Terra. Este comportamento foi visto em modelos, mas nunca na natureza. Esta é a primeira vez que pensamos tê-lo observado”, explica o cientista Sean Gallen.

ZAP //

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