O passado israelita de Sabra, a super-heroína judia da Marvel, sofreu uma “mutação”. No próximo filme “Capitão América: Admirável Mundo Novo”, a personagem é retratada como uma antiga Viúva Negra soviética.
A personagem Ruth Bat-Seraph, ou Sabra, a super-heroína israelita da Marvel, deixou de ser israelita.
De acordo com um resumo oficial do novo filme “Capitão América: Admirável Mundo Novo”, dos estúdios Marvel, a origem judia da super-heroína mutante foi “reciclada”. No enredo original da banda desenhada, Ruth Bat-Seraph é uma agente da Mossad.
Na sinopse do novo filme, que deverá estrear em fevereiro de 2025, Bat-Seraph é agora apresentada como uma antiga Viúva Negra — o famigerado programa de super-espionagem soviética que treinou a Vingadora com o mesmo nome, interpretada nos filmes da saga da Marvel por Scarlett Johansson.
Interpretada pela atriz israelita Shira Haas, Bat-Seraph é agora “uma antiga Viúva Negra e alta funcionária do governo dos EUA, que tem a confiança do Presidente Thaddeus Ross”.
O resumo não menciona o nome de código de Bat-Seraph, Sabra, que tem origem no termo de calão para os judeus que nasceram em Israel. A sinopse refere os alter-egos das restantes personagens, salienta o Jerusalém Post.
A inclusão de Sabra na nova longa-metragem tem sido alvo de forte contestação de ativistas anti-israelitas, desde que o presidente da Marvel Studios, Kevin Feige, anunciou a estreia no Universo Cinemático Marvel da pouco ortodoxa super-heroína.
A ONG norte-americana AMP — Muçulmanos Americanos pela Palestina lançou uma campanha contra a Disney e a Marvel Studios, imediatamente após o “anúncio de mau gosto” de que o filme contaria com a presença de Sabra.
A AMP acusa o personagem de servir “um estado que é reconhecido por toda a comunidade de direitos humanos como um regime de apartheid, culpado de crimes de guerra em curso e crimes contra a humanidade contra o povo palestino”.
A organização argumenta que a promoção de uma personagem que é um superagente da Mossad israelita normaliza a “agência de inteligência assassina” e que o seu nome evocava a memória do bairro de Sabra, onde palestinianos e xiitas libaneses foram massacrados em 1982 por milícias falangistas cristãs libanesas alinhadas com Israel durante a Guerra Civil Libanesa.
“Apelamos à Disney e à Marvel Studios que revertam imediatamente o mal que causaram e que cancelem imediatamente o plano irrefletido de incluir Sabra no seu próximo filme”, afirmou a AMP.
Em resposta à controvérsia lançada após a “mutação” de Bat-Seraph, a Marvel realçou que embora as suas personagens sejam inspiradas na banda desenhada original, “são sempre reinventadas para o ecrã e para o público de hoje”.
“Os cineastas estão a adotar uma nova abordagem com a personagem Sabra, que foi introduzida pela primeira vez na banda desenhada há mais de 40 anos”, detalha a Marvel.
O ativista israelita Hen Mazzig reagiu entretanto nas redes sociais ao cancelamento da origem israelita de Sabra: “É aceitável tornar a personagem russa enquanto a Rússia está envolvida numa invasão da Ucrânia, mas não judia, quando Israel está a responder a um ataque terrorista do Hamas”.
“A Marvel promoveu a inclusão de super-heróis negros, asiáticos e muçulmanos em resposta à discriminação, mas, em resposta ao massacre de outubro e à onda de antissemitismo que se seguiu, optou por apagar o único super-herói israelita“, salientou Mazzig.
“No ecrã, as histórias dos judeus são alteradas de israelitas para russos. Na vida real, os judeus estão a esconder as suas Estrelas de David e símbolos religiosos”, publicou posteriormente o ativista israelita. “As nossas heroínas judias, reais e fictícias, nunca deveriam ter de esconder quem são“.
Criada por Bill Mantlo e Sal Buscema, Sabra apareceu originalmente na década de 1980 na série de banda desenhada Incredible Hulk. A personagem tem força e velocidade sobre-humanas e a capacidade de transferir força vital. Normalmente, está armada com uma capa que lhe permite voar e disparar espinhos.
Após a morte de “Steve Rogers”, no quarto filme da série Capitão América o super-herói homónimo é assumido por “Sam Wilson”, interpretado por Anthony Mackie. Harrison Ford dá vida ao presidente Thaddeus Ross, que o falecido William Hurt tinha até agora trazido ao grande ecrã.
Quando Hollywood começou a retratar personagens históricos brancos com atores de cor, ninguém se importou se estavam a cancelar a origem de quem quer que seja. E agora, é o fim do mundo porque o fizeram com um personagem fictício. O wokismo no seu melhor.
Se os judeus estão revoltados com as críticas mundiais aos israelitas, agradeçam a Netanyahu que conseguiu com a limpeza étnica em Gaza, limpeza essa que configura o etnocídio dos Palestinos, conseguiu alienar toda a empatia e solidariedade que havia no mundo com os judeus por terem sido vítimas do Holocausto e do Hamas no dia 7 de outubro. Os israelitas com Netanyahu passaram de vítimas a carrascos de um povo que mantêm sob dominação colonial, os Palestinos.
E os palestinos que primeiramente tentaram aniquilar com um massacre sem precedentes? Vamos esquecer