Operação no Martim Moniz preparada em setembro. Gatilho foi dado por presidente da junta

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Ação policial no Bemformoso terá sido planeada após declarações de moradores e do próprio presidente da junta. PSP diz que “já houve operações bem mais musculadas” no local. Montenegro está “atónito” com críticas ao governo.

Miguel Coelho, presidente da Junta de Santa Maria Maior (PS), local do centro histórico de Lisboa onde decorreu a operação policial que causou polémica na semana passada, pedira em setembro ação da polícia naquela zona, noticia o Expresso.

“Até os lavadores da junta de freguesia são confrontados muitas vezes com bandidos que não querem que lavem as ruas, porque escondem a droga debaixo das pedras“, comentara Miguel Coelho, pedido a ação do governo, da polícia e da Câmara municipal.

Terão sido estas declarações, a somar às de 30 a 40 moradores, todas proferidas numa sessão pública de residentes do local, em setembro, em que as vítimas dos crimes que ocorrem naquele local denunciavam o que viam, que despoletaram a ação da PSP.

“Esta operação policial decorre de uma extensa análise de denúncias e participações, do relatado pelos ofendidos”, disse ao Expresso a Direção Nacional da PSP.

A PSP entregou ao Ministério Público, depois dessa reunião pública, dados sobre a ocorrência de 52 crimes praticados com armas brancas em quase dois anos em três locais:  Rua do Benformoso, Largo do Martim Moniz e Largo de São Domingos, todos eles na freguesia de Santa Maria Maior.

O Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa validou a operação policial, mas, garante uma fonte ao expresso, “não houve qualquer intromissão ou influência do Governo” na operação em si.

“A operação não se cingiu à comunidade imigrante e nada tem a ver com perseguição a minorias étnicas. Os dois detidos têm nacionalidade portuguesa“, diz uma fonte próxima da direção da PSP.

No entanto, o Expresso aponta que grande parte dos ataques com facas naquela zona foram protagonizados por elementos da comunidade indostânica.

Em relação às criticas que têm recaído em sobre a PSP e o governo, a mesma fonte rejeita-as, garantindo que já “houve operações mais bem musculadas, nomeadamente em que a PSP dava apoio ao SEF, tanto no Martim Moniz como na Quinta da Fonte, Musgueira ou vários bairros da Amadora”.

Montenegro “atónito, muito perplexo” com críticas

“Devo confessar que me encontro atónito, muito perplexo, com as reações que têm aparecido na discussão pública a propósito do esforço do Estado em garantir a tranquilidade das pessoas. Em garantir uma prevenção de condutas criminais e garantir uma plena integração dos nossos imigrantes”, garantiu na manhã desta sexta feira Luís Montenegro, citado pelo Público.

“Acho absolutamente impróprio que se possa considerar ações de natureza preventiva, policial, em contextos localizados, onde há histórico recente de prática reiterada de crime como uma expressão de governação extremista”, acrescentou ainda o primeiro-ministro, referindo-se às críticas que recebeu de Pedro Nuno Santos, líder socialista.

A segurança não é nem de direita nem de esquerda“, mas sim “um bem da pessoa e da sociedade” que portanto, “convém preservar”.

“Não é uma ideia política do ponto de vista do pensamento, mas uma ideia política do ponto de vista do interesse da base do regime, para que cada um pense da maneira que quiser”, diz o primeiro-ministro.

ZAP //

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1 Comment

  1. Pelo Presidente da Junta?!
    Esse pediu melhor iluminação, câmaras de vídeo vigilância e policiamento de proximidade.
    Terá sido uma questão de semântica, erro de perceção, de comunicação…. ou o useiro e conveniente aproveitamento de um bode expiatório, para uma ação cuja justificação clama por coluna vertebral?

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