Operação Fénix: Gerente da SPDE diz que só faz segurança pessoal à esposa

fcporto.pt

O presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa

O presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa

O sócio-gerente da SPDE, Eduardo Silva, afirmou esta sexta-feira, durante o julgamento do processo “Fénix”, que nunca prestou qualquer tipo de serviços de segurança pessoal, nomeadamente a elemento do Futebol Clube do Porto.

“Só faço segurança pessoal à minha esposa”, referiu Eduardo Silva.

O arguido refutava assim a acusação do Ministério Público, segundo a qual prestaria serviços de segurança pessoal a elementos do “staff” do Futebol Clube do Porto, nomeadamente a Pinto da Costa, e ao antigo administrador da SAD, Antero Henrique.

“Não tem nada a ver com segurança pessoal”, sublinhou.

A SPDE tem contrato com o clube azul e branco para a segurança do Estádio do Dragão e das outras instalações desportivas do clube.

Eduardo Silva admitiu que ele e outros elementos da empresa acompanharam o FCP ou os seus dirigentes em certas deslocações, mas nesses casos apenas prestavam serviços de “assessoria em segurança”.

Assessoria que passaria, em certos casos, por fazer “uma primeira barreira” entre os adeptos e os jogadores e responsáveis do clube, como terá acontecido numa fase em que o presidente do FCP estava “cansado” após ter sido submetido a uma intervenção cirúrgica.

A preocupação, referiu, era sempre em relação aos adeptos do FCP e ao “carinho” que estes quereriam demonstrar em relação à equipa e ao presidente, e não em relação à eventual hostilidade de adeptos dos clubes adversários.

Assim, os elementos da SPDE destacados para acompanhar as deslocações do FCP fariam um “levantamento” da situação, nomeadamente junto ao hotel onde a equipa iria ficar hospedada.

A ideia, acrescentou Eduardo Silva, seria também “filtrar” quem entrava no hotel.

Em declarações aos jornalistas, o advogado de Eduardo Silva lembrou que do contrato celebrado entre a SPDE e o FCP também faz parte a “vigilância estática a todos os elementos” da direção do clube.

O processo “Fénix” relaciona-se com a utilização ilegal de seguranças privados.

Os 54 arguidos respondem por crimes de associação criminosa, exercício ilícito da atividade de segurança privada, extorsão, coação, ofensa à integridade física qualificada, ofensas à integridade física agravadas pelo resultado morte, tráfico, posse de arma proibida e favorecimento pessoal.

Eduardo Silva é o principal arguido, estando acusado de 17 crimes de exercício ilícito de atividade de segurança privada, além de associação criminosa, favorecimento pessoal e detenção de arma proibida.

A lista de arguidos integra a SPDE – Segurança Privada e Vigilância em Eventos, acusada de um crime de associação criminosa e outro de exercício ilícito de atividade de segurança privada.

Para a acusação, ficou indiciado que este grupo se dedicava às chamadas “cobranças difíceis”, exigindo, através da violência física e/ou de ameaças, o pagamento de alegadas dívidas.

Dois dos arguidos do processo são o presidente do Futebol Clube do Porto e o antigo administrador da SAD portista, acusados de terem contratado serviços de acompanhamento e proteção pessoal a essa empresa, quando sabiam que esta não dispunha de alvará para o efeito.

Pinto da Costa já depôs, afirmando que nunca teve “guarda-costas”, enquanto Antero Henrique optou por não prestar declarações.

// Lusa

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