A Rússia vetou, esta quinta-feira, no Conselho de Segurança das Nações Unidas, um projeto de resolução para prolongar uma investigação sobre o uso de armas químicas na Síria.
Segundo o Expresso, o projeto de resolução, apresentado pelos EUA, recebeu onze votos a favor, dois contra (Rússia e Bolívia) e duas abstenções (China e Egito).
O texto pedia a prolongação por mais um ano da investigação, que Moscovo acusa de ser parcial e de ter cometido erros graves, e exigia sanções contra os responsáveis pela utilização de gás sarin.
Sendo a Rússia um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, o seu veto põe assim fim à investigação iniciada em 2015. Esta é a décima vez que o país usa este poder para bloquear uma resolução da ONU contra o regime de Bashar Al Assad, que apoia há vários anos.
“A mensagem que este veto passa é clara: a Rússia aceita o uso de armas químicas na Síria”, afirmou Nikki Haley, embaixadora norte-americana na ONU, citada pelo jornal.
No mesmo dia, o Conselho de Segurança também rejeitou uma proposta submetida pela Rússia, que sugeria igualmente a renovação por um ano da investigação, mas que exigia a revisão da missão do grupo e rejeitava as conclusões sobre a responsabilidade das forças sírias num ataque com gás sarin que provocou 80 mortos no mês de abril.
Só quatro nações votaram a favor da proposta, mas eram precisos nove para que passasse.
“Alguns membros do conselho recusaram apoiar o nosso projeto e agora têm a responsabilidade total pelo cancelamento do trabalho do mecanismo conjunto de investigação. Isto volta a provar que a febre anti-Damasco é a única prioridade real para eles e que manipularam o mecanismo para os seus próprios objetivos”, afirmou, por sua vez, Vasilly Nebenzia, embaixador russo na ONU.
Alguns diplomatas consideram que há ainda a possibilidade de estender o mandato. De acordo com a Euronews, o Japão já submeteu uma resolução alternativa que pede mais 30 dias para encontrar um compromisso para evitar a dissolução do comité de inquérito.
ZAP // Lusa