OMS acusada de conluio com Hamas. Diretor-geral emocionado

Mohammed Saber/Lusa

Resultado de bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza

Israel acha que a Organização Mundial de Saúde está a ignorar o uso de hospitais para fins militares. 26 mil mortos em Gaza.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) deveria atuar em Gaza, por causa dos alegados postos militares montados pelo Hamas em hospitais, que passaram a ser “escudos humanos”.

A crítica foi deixada na reunião desta quinta-feira do Conselho Executivo da OMS, onde a representante permanente de Israel junto das Nações Unidas em Genebra, Meirav Eilon Shahar, falou em “conluio” entre OMS e Hamas.

“O Hamas militarizou toda a zona civil da Faixa de Gaza como parte de uma estratégia premeditada. São factos inegáveis que a OMS prefere ignorar repetidamente. Não se trata de incompetência. Trata-se de conluio”, apontou a embaixadora.

“Mesmo quando foram apresentadas provas concretas do que estava a acontecer no subsolo e à superfície, armas, quartéis-generais, salas fechadas, a OMS optou por fechar os olhos, colocando em perigo aqueles que deveria proteger”, acrescentou Meirav Eilon Shahar, citada na RTP.

A OMS não confirmou esta estratégia do Hamas. “O papel da OMS é monitorizar, analisar e relatar… Não somos uma organização de investigação”, disse, há cerca de um mês, o representante da organização na Palestina, Richard Peeperkorn, avisando que a OMS “não tem condições de verificar a forma como cada hospital é utilizado”.

Voltando à reunião desta quinta-feira, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, mostrou-se emocionado quando pediu um cessar-fogo e uma “verdadeira solução” para a guerra em Gaza.

“Acredito verdadeiramente, até pela minha própria experiência, que a guerra não traz soluções, exceto mais guerra, mais ódio, mais agonia, mais destruição. Portanto, vamos escolher a paz e resolver esta questão politicamente“, apelou o responsável máximo pela organização.

26 mil mortos

O Ministério da Saúde do Hamas anunciou, esta sexta-feira, que o balanço de mortos, principalmente de mulheres e crianças, na Faixa de Gaza subiu para 26.083 desde o início da guerra com Israel em 7 de outubro.

O balanço anterior do Hamas indicava que 25.900 pessoas já haviam morrido no conflito.

O Hamas reportou 183 mortes nas últimas 24 horas e indicou que 64.487 pessoas ficaram feridas desde o início do conflito.

“Muitas pessoas ainda estão sob os escombros e as equipas de resgate não as conseguem alcançar“, acrescentou o Ministério da Saúde do Hamas.

Ordem de evacuação

O Exército israelita emitiu esta sexta-feira um novo aviso para a retirada dos civis que se encontram no campo de refugiados palestinianos de Khan Yunis, e de outros bairros da cidade do sul da Faixa de Gaza.

Avichai Adrai, o porta-voz do Exército Israel publicou, em árabe, na rede social X um mapa das zonas para onde os civis palestinianos devem dirigir-se por motivos de segurança.

A ONU e várias organizações não-governamentais criticaram as ordens de evacuação do campo de refugiados, sublinhando que “não há zonas seguras” em Gaza.

Por outro lado, as Nações Unidas referem que não existem garantias de segurança de regresso para os deslocados, 1,9 milhões de cidadãos palestinianos, cerca de 85% da população do enclave.

ZAP // Lusa

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