Incêndio em Palmela. Octávio Machado: “Se o avião tivesse vindo quando foi pedido…”

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Elvira Urquijo A. / EPA

Presidente dos Bombeiros de Palmela acredita que situação em Palmela poderia ter sido evitada pelos meios aéreos e criticou – várias vezes – António Costa.

O incêndio em Palmela, quase a atingir a freguesia Quinta dos Anjos, é uma situação que se “tem vindo a complicar”, admitiu Octávio Machado.

O presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Palmela lembrou na rádio TSF que o concelho apresenta uma “dispersão enorme de casas” mas esperava que os bombeiros conseguissem impedir a entrada do fogo em Quinta dos Anjos.

Admitindo que estava “muito triste e amargurado”, o líder dos bombeiros ficou “mais triste” quando soube não havia meios aéreos para reforçar os helicópteros que estavam a actuar em Palmela.

“Veio um avião agora mas chegou tarde, tardíssimo. Tenho a certeza absoluta de que, se o avião tivesse vindo logo no primeiro contacto, na primeira abordagem, nada disto teria acontecido“, continuou.

Octávio Machado deixou críticas em relação ao que se promete mas não se cumpre: “Todos sabiam que estamos numa zona protegida, a serra da Arrábida, um património que deveria ser protegido, tal como em todo o país. Poderia ter havido maior vigilância, mas sabemos que isso é tudo muito no papel e depois, na prática, não acontece. Este incêndio não devia ter acontecido. Sabia-se que a serra não arde há muitos anos”.

Atirando responsabilidades, o presidente dos bombeiros de Palmela explicou: “Responsabilizo todos aqueles que venderam ao povo português um sistema que tem vindo, desde 2005, a ser implementado e a falta de investimento na espinha dorsal da Protecção Civil”, tal como referiu o primeiro-ministro António Costa.

As críticas ao primeiro-ministro acumularam-se: “Sei que há pessoas que não dizem o que sentem e que não sentem o que dizem. Aquilo que foi dito é contrário à sua prática. Venderam-nos uma imagem falsa do dispositivo“.

“António Costa disse que o Estado não é uma companhia de seguros. Para outras situações, o Estado é companhia de seguros. Para as populações, não. E são as populações que mantêm este país”, afirmou.

Já na CNN Portugal, o responsável foi directo: “António Costa, venha ao terreno, venha cheirar o fumo destes homens, venha ver o que eles sofrem”.

Octávio Machado considera que os bombeiros têm vindo a ser enfraquecidos há 17 anos: “Falta equipamento desde 2005, falta investimento nas associações de bombeiros voluntários, asfixia financeira contrariando as leis da Assembleia da República… Tem sido um enfraquecimento de uma força insubstituível: os bombeiros portugueses”.

O presidente dos bombeiros de Palmela deixou também uma palavra de “solidariedade” aos bombeiros portugueses, “pelo seu espírito de abnegação, que é o seu ADN”, e às populações “que vêem perder anos de trabalho” e a sua subsistência devido às destruições nos campos,

Octávio Machado acredita que estes momentos difíceis serão ultrapassados porque confia nos bombeiros e nas populações.

ZAP //

3 Comments

  1. Costuma-se dizer ” não há fumo sem fogo” !…..mas certo é que não há fogo sem fósforos !…..E aqui fica a eterna pergunta….quem beneficia com este (Espectáculo) Anual ? ..O Clima , não pode por Ele só ser o “Bode expiatório” !

  2. Reação natural dos incapazes que nunca nada na vida fizeram, que a levam nos futebóis com cunha dos amigos da televisão, pessoas sempre prontas a criticar tudo que outros fazem, porque nao sabe o que é o levar a vida com honra, com trabalho com luta, com suor, labutando.

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