Observadas pela primeira vez as possíveis “bases da inteligência humana”

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Os neurónios humanos comportam-se de forma diferente das outras espécies — e isso pode ter várias implicações na neurociência.

É a a primeira prova direta de como os neurónios do cérebro humano armazenam memórias independentemente do contexto em que são adquiridas, explica a SchiTechDaily.

O estudo publicado na Cell Reports em janeiro confirma que os neurónios são capazes de reconhecer objetos ou indivíduos independentemente do ambiente que os rodeia.

Até agora, nunca tinha sido observado em humanos este comportamento neuronal. “O princípio básico da codificação neuronal nos seres humanos é o oposto do que foi observado noutras espécies, o que tem implicações significativas”, observa o autor Quian Quiroga.

De facto, nos ratos, por exemplo, a situação processa-se de forma inversa: os neurónios reagem de forma diferente ao mesmo objeto, dependendo da sua localização, o que sugere que as memórias são armazenadas em grupos de neurónios diferentes.

O estudo envolveu o uso de elétrodos que monitorizaram individualmente a atividade de grupos específicos de neurónios.

Os indivíduos estudados ouviram duas histórias diferentes, com apoio de imagens. Ambas as histórias continham uma personagem em comum. Se um neurónio respondia à imagem de uma pessoa, a resposta permanecia a mesma nas duas histórias.

“As memórias são armazenadas de uma forma muito mais abstrata nos seres humanos do que nos outros animais. Podemos pensar em conceitos ou em qualquer outra coisa em termos mais abstratos, independentemente do contexto em que os aprendemos”, explica Quian Quiroga, que aponta este como um dos possíveis “fundamentos da inteligência humana”.

“Esta capacidade permite-nos fazer associações e inferências muito mais abstratas e complexas do que se formos obrigados a pensar em cada conceito dentro de um contexto específico e concreto”, diz ainda.

ZAP //

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