Desde satélites, insetos ou lixo espacial, há já várias teorias que procuram explicar o que serão os estranhos objetos.
Durante o eclipse solar total de 8 de abril de 2024, o engenheiro aeroespacial e YouTuber Destin Sandlin captou imagens de vários objetos não identificados a atravessar o céu. Sandlin, conhecido pelo seu canal do YouTube SmarterEveryDay, viajou para o caminho da totalidade para documentar o eclipse, mas as suas imagens revelaram anomalias inesperadas.
Inicialmente, Sandlin pretendia captar momentos-chave do eclipse, como o início (C2) e o fim (C3), e fenómenos como as contas de Baily em torno das bordas da Lua. No entanto, reparou em objetos invulgares a passar pelo Sol e pela Lua, em particular em C3. “Pode ser um inseto, pode ser um avião ou pode ser um satélite”, especulou Sandlin no seu vídeo.
Depois de rever mais imagens, Sandlin descobriu um segundo objeto a atravessar a Lua. O engenheiro levantou a hipótese de que os objectos poderiam ser satélites, embora esta teoria tenha sido recebida com ceticismo por alguns astrónomos.
O astrónomo Jonathan McDowell pensou inicialmente que os objetos se moviam demasiado depressa para serem satélites, sugerindo que poderiam estar mais perto e ser mais pequenos, como insetos. No entanto, admitiu que se os objetos estivessem à altitude dos satélites de órbita baixa, a sua velocidade seria consistente com a dos satélites, explica o IFLScience.
Para investigar melhor, Sandlin comparou as suas imagens com as de outro YouTuber que filmou o eclipse a 30 metros de distância. O segundo vídeo mostrava um objeto semelhante, que parecia estar alinhado com as imagens de Sandlin em termos de velocidade e direção, embora não perfeitamente na posição. Esta discrepância levou a mais cálculos, mas a natureza exacta dos objetos permaneceu incerta.
O Dr. Marco Langbroek, especialista em Optical Space Situational Awareness na Universidade de Tecnologia de Delft, expressou dúvidas sobre a teoria do satélite. “Na posição do Sol eclipsado, o ângulo de fase dos satélites é de 180 graus – ou seja, estão a olhar para os seus “lados escuros”: eles (como a lLa na frente do Sol!) não estão iluminados e, portanto, não deveriam ser visíveis“, escreveu no X.
I have strong doubts these are satellites. At the eclipsed sun position, the phase angle of satellites is 180 degrees – i.e. you are looking at their “dark sides”: they are (like the moon in front of the sun!) not illuminated and hence should not be visible.
— Dr Marco Langbroek (@Marco_Langbroek) May 20, 2024
Enquanto alguns sugeriram que o brilho da Terra poderia iluminar os satélites, Langbroek observou que os objetos pareciam demasiado brilhantes para esta explicação.
Outras teorias propostas incluem meteoros ou lixo espacial mais próximo da Terra. Objetos não identificados semelhantes foram relatados durante o eclipse solar de 2017, aumentando ainda o mistério sobre se este é um fenómeno recorrente durante os eclipses.
O debate continua à medida que entusiastas e especialistas tentam resolver este mistério intrigante.