O nosso Universo esconde vários objetos estranhos, desde estrelas em explosão a galáxias em colisão. O Hubble encontrou o que parece ser um par de objetos idênticos, tão estranhos que os astrónomos demoraram vários anos a determinar o que realmente são.
Enquanto observava imagens de quasares, o astrónomo Timothy Hamilton encontrou uma galáxia “dupla”. Apesar de estar habituado a encontrar objetos estranhos, este chamou a sua atenção e fê-lo pedir ajuda a alguns colegas.
A galáxia “dupla” era, afinal, fruto de uma lente gravitacional, que resultou numa imagem distorcida da galáxia localizada a mais de 11 mil milhões de anos-luz de distância.
A imensa gravidade de um aglomerado de galáxias não catalogado em primeiro plano estava a distorcer o espaço, ampliando, iluminando e esticando a imagem de uma galáxia distante posicionada logo atrás, um fenómeno conhecido como lente gravitacional.
Neste caso particular, detalha o comunicado da NASA, “o alinhamento preciso entre uma galáxia e um aglomerado em primeiro plano produziu cópias iguais e ampliadas da mesma galáxia”.
Isto acontece porque a galáxia que está mais longe distorce o tecido do espaço-tempo com uma espécie de “ondulação”. A “onda” fica onde está a maior ampliação da lente, que vem da gravidade das grandes quantidades de matéria escura, e quando a galáxia do fundo passa entre o aglomerado, através da distorção, surgem duas imagens espelhadas – que ficaram conhecidas como “Objetos de Hamilton“.
Apesar de não ser a primeira vez que o Telescópio Espacial Hubble regista distorções de lentes gravitacionais, as características peculiares deste fenómeno tornaram-no ainda mais interessante.
“Ficámos realmente perplexos”, disse Timothy Hamilton, co-autor de um artigo científico publicado na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. Este fenómeno raro não era bem conhecido quando o astrónomo avistou as estranhas características lineares, em 2013.