Mais quente do que o Sol: descoberto objecto semelhante a planeta

Caltech / R. Hurt (IPAC)

É um avanço surpreendente que coloca em causa a nossa noção do que é possível no Universo.

Num avanço surpreendente, uma equipa internacional de cientistas liderada pela astrofísica Na’ama Hallakoun, do Instituto Weizmann de Ciência em Israel, descobriu um objecto castanho, uma “anã castanha” semelhante a um planeta.

A WD0032-317B estava a orbitar uma estrela a 1.400 anos-luz de distância com temperaturas que ultrapassam as do Sol, revela o estudo.

Esta descoberta desafia a nossa compreensão dos fenómenos espaciais devido à sua impressionante temperatura de mais quase 8 mil graus Celsius. Sim, mais quente do que o Sol.

As anãs castanhas não costumam alcançar temperaturas semelhantes às do Sol.

A estrela hospedeira desempenha um papel significativo na sua elevada temperatura, reforça o Science Alert.

KELT-9b, um exoplaneta que orbita uma estrela supergigante azul, era o recordista da temperatura mais alta, alcançando mais de 4 mil graus.

A descoberta deixa algumas pistas sobre o destino de gigantes gasosos, como em Júpiter, quando está próximo de estrelas extremamente quentes e massivas.

Estes planetas sofrem dissociação térmica, onde a imensa luz ultravioleta a que são expostos faz com que as suas atmosferas evaporem e as estruturas moleculares se desintegrem.

Curiosamente, a WD0032-317B está num sistema binário com uma estrela anã branca, WD0032-317, que é uma variante de baixa massa e altamente aquecida, pesando cerca de 40% da massa do Sol e com temperaturas à volta de 37 mil graus.

Dada a proximidade da anã castanha à estrela, esta permanece em acoplamento de maré: um lado constantemente exposto à estrela e o outro permanentemente virado para o lado oposto. Resultado: acentuada disparidade de temperatura entre os dois lados.

Os investigadores notam que a descoberta do WD0032-317B é crucial para entender como estrelas extremamente quentes impactam e possivelmente evaporam os seus contrapartes de menor massa.

E pode fornecer perspectivas valiosas sobre “engimas” como o KELT-9b, ampliando a nossa compreensão das complexidades do Universo.

ZAP //

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