O suor salva-nos a vida

Apesar da visão negativa cultural em volta do suor, este é um mecanismo de sobrevivência muito importante, particularmente face às ondas de calor cada vez mais frequentes e intensas.

O suor salva-nos a vida (não é uma metáfora, no sentido de o “suor” ser trabalho; e só com trabalho é que sobrevivemos).

Literalmente, o suor salva-nos a pele (aqui sim “pele” é uma metáfora, no sentido de vida).

O suor é uma característica distintiva dos seres humanos e uma resposta evolutiva crucial para suportar altas temperaturas.

A capacidade humana de suar é notavelmente eficiente em comparação com outros animais.

Os seres humanos têm entre 2 a 4 milhões de glândulas sudoríparas, tornando a transpiração uma forma eficiente de eliminar o calor corporal excessivo.

Apesar de o suor ser inodoro, tende a criar mau cheiro quando interage com bactérias na pele. Existem dois tipos de glândulas sudoríparas: as écrinas, que estão por todo o corpo, e as apócrinas, localizadas em áreas peludas como as axilas, que produzem o suor mal-cheiroso.

Este mecanismo biológico – visto como desagradável – está a ser constantemente posto à prova pelas condições climáticas.

Este ano, registaram-se as temperaturas mais elevadas dos últimos 125.000 anos – o que representou um risco de vida.

As condições climáticas extremas colocam em risco esta capacidade de suar, levando a problemas graves como insolação, desidratação e insuficiência de órgãos.

Até onde podemos suar?

Os cientistas ainda estão a tentar entender os limites da resistência humana ao calor.

As mortes, associadas ao calor, preocupam cada vez mais. Mesmo em locais onde as pessoas estão adaptadas ao calor as temperaturas extremas estão a ser fatais.

A exposição ao calor desde a infância pode influenciar a eficácia do mecanismo de suor, levantando questões sobre a adaptabilidade das futuras gerações num planeta em aquecimento.

A falta de adaptação ao calor pode tornar-se uma crise de saúde pública à medida que o clima continua a mudar.

Enquanto a sociedade tende a ver o suor como uma inconveniência, o seu papel vital na regulação da temperatura corporal é cada vez mais evidente.

Conclusão: num contexto de mudança climática e aumento de ondas de calor, a eficácia do nosso mecanismo de transpiração e a nossa capacidade para nos adaptarmos tornam-se questões de saúde pública cada vez mais urgentes.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.