O que salvou 150 milhões de vidas desde 1974?

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Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a vacinação já salvou 150 milhões de vidas desde 1974 devido ao alargamento do seu programa de imunidade global.

O programa de imunização da OMS, que até agora já salvou milhões de vidas, tem como objetivo alargar as vacinas disponíveis às faixas etárias mais novas, no entanto, ainda persistem bastantes desafios.

Segundo a OMS, ao longo deste período, a grande maioria de mortes evitadas foram em crianças com menos de cinco anos.

Um estudo publicado na revista científica, The Lancet, sugere que em 2021 um número recorde de crianças não foram vacinadas contra o sarampo.

A não-inoculação levou a surtos desta doença infecciosa em todo o mundo nos anos seguintes, incluindo nos Estados Unidos, um país que tinha eliminado a doença em 2000, e em Portugal, onde a doença tinha também sido eliminada, mas voltou a aparecer este ano.

“Descobrimos também que a vacinação contra o sarampo foi responsável por 60% do benefício total da vacinação ao longo do período de 50 anos, que foi também o maior fator de vidas salvas” afirma Andrew Shattock, investigador da Telethon Kids Institute e autor principal do referido estudo.

Os investigadores concluíram que 40% do decréscimo da mortalidade infantil a nível mundial, se deve à vacinação.

“Em 2024, uma criança de idade inferior a 10 anos tem 40% mais probabilidades de sobreviver até ao seu próximo aniversário graças aos esforços de vacinação dos últimos 50 anos”, afirma Shattock.

O estudo financiado pela OMS também concluiu que, por cada vida salva com as vacinas, foram ganhos, em média, 66 anos de saúde absoluta, o que se traduz num total de 10,2 mil milhões de anos de saúde que, de outra forma, teriam sido roubados pelas mortes na infância.

Mais recentemente, em 2023, a OMS afirmou que os programas de vacinação estavam prestes a erradicar o poliovírus selvagem do Afeganistão e do Paquistão, os dois países onde a poliomielite ainda é endémica, mas os desafios subsistem.

Um outro estudo publicado em janeiro, revela que na Escócia não foram detetados casos de cancro do colo do útero em pessoas que receberam a vacina contra o vírus do papiloma humano (HPV) quando eram adolescentes – colocando o país no caminho certo para eliminar o cancro do colo do útero em mulheres jovens.

Embora as vacinas não previnam todas as infeções, podem reduzir drasticamente a gravidade da doença e as hipóteses de hospitalização, o que, por sua vez, pode ajudar a prevenir doenças neurodegenerativas.

Os resultados dos diversos estudos salientam a importância da vacinação para alcançar uma vida mais longa e saudável nas comunidades — especialmente, das crianças, idosos e imunocomprometidos.

Soraia Ferreira, ZAP //

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3 Comments

  1. Injeções testadas e estudadas durante pelo menos 10 anos são chamadas de vacinas.
    Depois temos as injeções experimentais para a COVID que nem 5 anos têm e portanto não são vacinas. São injeções experimentais que não param de matar e de criar problemas a quem as toma conforme já foi dito pelos médicos.

  2. Também é importante referir que em 1970 (antes deste programa de vacinação global entrar em ação), a taxa de casos de autismo era de 1 em 10.000, e que agora (dados de 2020) é de 1 em 35.

  3. Há um “pequeno” problema com estes estudos, mesmo que não se ponha em causa a fiabilidade dos dados e as conclusões apresentadas. É que o médio e longo prazo nunca é tido em conta, ou seja, estudam-se apenas os resultados imediatos segundo as diversas estatísticas epidemiológicas.
    O problema (grave) com esta perspetiva de vistas curtas é que existe uma fortíssima correlação entre o número de vacinas administradas na infãncia e o aumento de doenças crónicas e perturbações do desenvolvimento nas crianças. Os dados dos EUA são particularmente alarmantes, pois o aumento no plano de vacinação infantil – de apenas 11 vacinas em 1986 para 54 (!) em 2017 – corresponde a um aumento quase paralelo de 12,8% para 54% nos problemas crónicos de saúde de crianças e jovens. Obviamente, poderá haver outras causas para esta degradação colossal da saúde infantil no país mais rico e vacinado (considerando a quantidade de vacinas recomendadas) do mundo e que, paradoxalmente, está na pelotão dos aflitos dos países da OCDE no que se refere ao (péssimo) estado de saúde da sua população – apenas 34º entre 50 países (!) no Índice Global de Saúde 2022 da Bloomberg, onde Portugal figura numa razoável 21ª posição.
    Em suma: olhar para as árvores (ou o que nos interessa) é cómodo e fácil, mas ver realmente a floresta (o panorama global e real) é muito mais difícil e potencialmente incómodo. E assim, com a “verdade” vamos sendo enganados e (des)informadamente anestesiados!

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