O que há no interior da Lua? Ferro (e mais ferro)

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CNSA / CLEP

Cientistas confirmam o que já suspeitavam: o núcleo da Lua é muito idêntico ao da Terra. A descoberta pode levar a uma compreensão mais precisa da história do Satélite Natural.

Num momento em que se sabe que, mais de 50 anos depois, o homem vai voltar à Lua, os cientistas confirmaram que o Satélite Natural do nosso planeta tem um núcleo de ferro sólido, semelhante ao da Terra.

A descoberta foi feita graças aos modelos sismológicos das missões Apollo, que forneceram os primeiros registos da estrutura interna da Lua.

Uma equipa de pesquisadores da Universidade Côte d’Azur, em França, e do Instituto de Mecânica Celestial e Cálculos de Efemérides (IMCCE) detalhou as descobertas feitas, num estudo publicado, na Nature, na semana passada.

Além dos dados geológicos do programa Apollo, na pesquisa, foram utilizadas duas sondas da missão GRAIL, da NASA, com o intuito de monitorizar o campo gravitacional da Lua, durante mais de um ano.

Foi descoberto que o núcleo interno tem cerca 500 km de diâmetro – apenas 15% da largura da Lua -, o que, segundo os pesquisadores, pode ajudar a explicar a dificuldade que, até aqui, tinha sido detetá-lo.

O estudo revelou também que o material mais denso da Lua vai em direção ao centro. Em sentido inverso, o material mais fluído sobe em direção à superfície – outro ponto em que se assemelha ao interior da Terra. Além disso, através de amostras de rochas lunares, conseguiu saber-se que a Lua já teve um poderoso campo magnético.

“Os resultados questionam a evolução do campo magnético da Lua, graças à demonstração da existência do núcleo interno, e apoiam uma reviravolta global do manto. Há informações substanciais sobre a linha do tempo do bombardeamento lunar, nos primeiros mil milhões de anos do Sistema Solar”, escreve a equipa liderada pelo astrónomo Arthur Briaud.

Conhecer de forma profunda o funcionamento interno da Lua é fundamental, para ajudar a comunidade científica a perceber fenómenos geológicos.

Em 2011, uma pesquisa da NASA já tinha sugerido que o núcleo externo da lua era composto por ferro líquido, e que poderia haver um núcleo interno igualmente à base de ferro.

Os dados recolhidos sugeriam que o satélite natural era composto por material mais denso no centro – com um núcleo interno mais sólido – e por material menos denso próximo da superfície – com um núcleo externo mais fluído -, como se veio agora a comprovar.

São avanços muito importantes, num momento em que a Lua está novamente prestes a ser pisada pelo homem, 52 anos depois.

Miguel Esteves, ZAP //

2 Comments

  1. Ferro e mais ferro ,concordo plenamente. A “ malta” dos telescópios, que deixa a “gravar” horas e horas, sim como na vídeo vigilância! Por vezes saem de lá umas coisas metálicas, mas que voam, Ah, para concluir, estudiosos da “ matéria ‘ concluíram que as fotos tiradas das ditas viagens lunares, estão um pouco mal tiradas, sombras, ventos…..parece coisa de estúdio….!!!!

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