O que é o reino mítico de Agartha e o que foi lá fazer a Alemanha nazi em 1938?

Krause, Ernst

A expedição ao Tibete de Ernst Schäfer, em 1938

Uma louca expedição alemã em busca de um reino secreto e de provas de uma teoria sobre 6 luas de gelo da Terra deram menos res0ultados do que divertidas recordações… com uns yetis pelo meio.

Ernst Schäfer nasceu em 1910 na Alemanha e integrou as SS, as forças de segurança alemãs no período nazi. Ao longo da sua carreira como explorador, visitou 3 vezes o Tibete (sim, a história tem parecenças com filme “Sete anos no Tibete”, protagonizado por Brad Pitt, que interpreta o montanhista Heinrich Harrer).

Mas o que foi lá fazer? Segundo a LBV, Schäfer estaria à procura de um mítico reino chamado Agartha, que para muitos que nele acreditavam se localiza na cadeia montanhosa dos Himalaias.

De acordo com a sociedade científica nazi Ahnenerbe, que procurava as origens da raça ariana, esta poderia ter origem nesse reino secreto.

Mas na verdade a origem desse misterioso reino (uma espécie de Atlântida, a ilha mítica fundada por Platão) remota ao século XIX e XX, onde já era mencionada por ocultistas russos e franceses.

Anos antes da busca alemã, já os russos tinam, em 1924, empreendido uma busca por este misterioso reino.

Reza a lenda que Agartha foi fundada há centenas de milhares de anos por semideuses e que é composta por colónias subterrâneas, apenas acessíveis através de determinados pontos de entrada. Não espanta, portanto, que quando o Google Maps permitiu vislumbrar um estranho objeto no meio Antártida, muitos o tenham interpretado como uma porta para este misterioso reino.

Tal como qualquer reino, Agartha tem uma capital: Shambhala, que é também mencionada nos documentos hindus como o como o local de nascimento da ultima encarnação de Vishnu, Kalki. Já na mitologia budista, é um lugar metafórico da luta do bem contra o mal: o bem vence, e Agartha é um lugar de virtude.

O explorador Ernst Schäfer queria, portanto, confirmar o seu legado, a sua ascendência deste prestigioso reino. Foi assim que foi enviado pelo departamento de esoterismo do Ahnenerbe, dirigido por Frederick Hilscher, em busca da cidade de Shambhala.

Mas este era só um dos objetivos da expedição. Havia um outro: provar a Welteislehre, ou Teoria Mundial do Gelo. Esta teoria atesta que o gelo era a substância fundamental em processos cósmicos. Era mais uma das crenças do Ahnenerbe.

A ideia, proposta pela primeira vez por Hanns Hörbiger, o Sistema Solar se formou quando uma estrela gigante caiu numa outra cheia de água. Nesta teoria, entre outras peculiaridades que desafiam os dogmas científicos atuais, envolve também Atlântida… o outro reino perdido.

Segundo Hörbiger, a atração gravitacional da Terra levou à destruição das 6 luas de gelo da Terra e foi responsável pela morte da ilha misteriosa. Foi também com o objetivo de encontrar provas para esta teoria que o grupo liderado por Schäfer foi até ao Tibete.

Lá esperavam-nos os ministros tibetanos, liderados por Reting Rimpoche, que aproveitaram a visita para tentar estabelecer uma aliança armada com a Alemanha. Mas Schäfer queria manter a expedição no domínio científico.

Durante alguns meses, a equipa explorou o território, tirou fotografias e recolheu informações etnográficas — escusado será notar que Agartha nem vê-la e provas da Teoria Mundial do Gelo ficaram só mesmo pelas teorias.

Krause, Ernst / Wikimedia Commons

Explorador e cientista alemão pratica craniometria num tibetano

Mas pelo meio os vangloriados cientistas descobriram ainda algumas coisas interessantes, nomeadamente uma espécie de urso, o tahr dos Himalaias, e ainda a descoberta de que o mítico Yeti era afinal o urso dos Himalaias.

Entre as centenas de dados e objetos recolhidos, encontravam-se ainda sementes de mais de mil espécies de cereais, que queriam cultivar na Alemanha para alcançar a autossuficiência agrícola, 350 peles de animais caçados por Schäfer, e textos budistas sagrados.

Em 1945, no final da guerra, Schäfer foi preso pelos aliados devido à sua filiação nas SS. Esteve encarcerado 4 anos, e quando saiu publicou as suas descobertas científicas. Ao longo de toda a vida, foi um naturalista. A busca por Agartha saiu gorada, mas as peculiares imagens que captaram durante a expedição ficaram para sempre.

ZAP //

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