O mistério das cores raras da lagosta: resposta à vista

Markus Frederich / University of New England

Exemplar invulgar de lagosta com duas raras colorações

As lagostas com cores raras e aspeto estranho parecem ser retiradas do oceano com bastante regularidade. A Universidade de New England, no Maine, está a construir uma grande coleção destes animais.

Embora as lagostas sejam normalmente cor de laranja ou vermelhas, também têm uma tendência peculiar para aparecer em praticamente todas as outras cores.

Segundo o IFL Science, os barcos de pesca já capturaram exemplares de lagostas azuis brilhantes, amarelas, aparentemente transparentes e até mesmo variações de cores divididas, tendo muitas delas sido libertadas ou doadas a centros de investigação.

Agora, uma equipa da Universidade de New England (UNE) lançou um estudo sobre os mecanismos genéticos subjacentes a estas variações extraordinárias.

A investigação e o conhecimento sobre estas variações de cor são atualmente limitados, mas com a ajuda da coleção crescente da UNE, esta situação poderá mudar brevemente.

“Nesta altura, ninguém sabe ao pormenor por que razão algumas lagostas desenvolvem estas variações multicolores, embora tenhamos algumas teorias”, afirmou Markus Frederich, professor de ciências marinhas na UNE.

“Temos acesso a todas estas lagostas diferentes e temos os estudantes que estão ansiosos por fazer a investigação. Pensámos: ‘Vamos a isto'”.

A UNE detém a Banana, a lagosta amarela brilhante, o Currant, um split azul-castanho, e o Fig, uma lagosta roxa bebé.

Markus Frederich / University of New England

“Uma vez num milhão”: as cores de Fig, a lagosta roxa bebé

A composição genética destas espécies será descodificada na esperança de identificar os genes responsáveis pelas anomalias de cor aparentemente aleatórias.

A equipa salientou a necessidade de desenvolver métodos de teste não invasivos que não prejudiquem as lagostas.

Para além de serem capazes de sentir dor, os espécimes detidos na universidade são raros, variando entre um em 30 e um em 50 milhões, e por isso a sua proteção é vital para a investigação.

Além disso, a equipa está a tratar dos ovos de uma lagosta laranja, que se espera que eclodam na primavera, com o objetivo de monitorizar a proporção de descendentes que emergem com a cor laranja.

Apesar de ter atualmente uma gama saudável e diversificada de lagostas raras, quando se estuda a diversidade genética e as anomalias, quanto mais, melhor. Por isso, Frederich planeia estabelecer uma parceria de investigação sustentável que permita aos lagosteiros locais enviar espécimes raros para a UNE para serem estudados antes de serem libertados na natureza.

“Este é o tipo de projeto que se adequa tanto aos pontos fortes da UNE como aos nossos objetivos”, afirmou Charles Tilburg, diretor académico da Escola de Programas Marinhos e Ambientais da UNE.

“O Dr. Frederich e a sua equipa estão a realizar uma investigação nova e interessante, ao mesmo tempo que estabelecem parcerias com uma indústria local, proporcionando uma formação excelente aos nossos estudantes e respondendo a questões importantes no terreno”, conclui.

Pode estar para breve a resolução do mistério.

Teresa Oliveira Campos, ZAP //

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