O “melhor restaurante do Mundo” vai reabrir — como museu

elBulli Foundation

Antigo restaurante, agora museu elBulli1 846

Numa inesperada reviravolta para o mundo da gastronomia, o famoso restaurante espanhol elBulli está prestes a reabrir como um museu.

Considerado durante anos a fio o melhor restaurante do mundo, o elBulli fechou as suas portas há mais de uma década.

Agora, quase doze anos depois de ter servido o seu último prato, o controverso restaurante de cozinha experimental vai reabrir as portas — mas como museu.

Com abertura agendada para 15 de junho, o museu vai chamar-se “elBulli1 846“, em referência aos 1.846 pratos inovadores criados pelo chef Adria, e irá celebrar a revolução culinária que elBulli desencadeou.

Ferran Adria, chef de renome mundial por ter sido pioneiro na chamada gastronomia molecular, geriu o restaurante durante mais de duas décadas, e foi sob a sua direção que o elBulli alcançou o cobiçado estatuto de três estrelas Michelin.

O icónico restaurante foi cinco vezes nomeado o melhor do mundo  pela revista britânica The Restaurant.

A sua abordagem única levou a combinações surpreendentes e texturas de alimentos inovadoras, como espumas de frutas e gelados de gaspacho, recorda o Raw Story.

Os visitantes do museu, localizado numa enseada isolada na ponta nordeste de Espanha, ver-se-ao imersos na história da instituição culinária, com acesso a centenas de fotos, cadernos, troféus e modelos que emulam alguns dos pratos inovadores servidos no restaurante.

Gordito1869 / Wikipedia

Restaurante elBulli, Espanha

O elBulli também foi um campo de treino para chefs mundialmente famosos como Rene Redzepi, do restaurante Noma, na Dinamarca, e Massimo Bottura, da Osteria Francescana, em Itália.

Curiosamente, o Noma do chef Redzepi herdou do elBulli a posição de “melhor restaurante do Mundo”, nomeação que também recebeu cinco vezes, e tal como o espanhol, também o restaurante dinamarquês fechou as portas — porque “simplesmente não funcioava“.

A criação do museu foi financiada por uma fundação constituída para preservar o legado do elBulli, que angariou um investimento de 11 milhões de euros.

Ferran Adria, que começou no elBulli como estagiário em 1983 e mais tarde se tornou o único chef principal, admite (e compreende) que as suas inovações culinárias não agradem a todos.

Apesar disso, manteve-se sempre comprometido em ultrapassar os limites da gastronomia, esforçando-se por “encontrar os limites do que pode ser feito numa experiência gastronómica”.

O seu trabalho inovador deixou um impacto duradouro no mundo da gastronomia — um legado que agora será preservado através do elBulli1846.

ZAP //

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