António Pedro Santos / Lusa

O ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida.
Ministro Adjunto pensa que “a moção de confiança pode ser retirada”. Diz que a bola está nas mãos do PS, mas Leitão Amaro Pedro Duarte dizem que não é assim.
O ministro Adjunto e da Coesão Territorial admitiu hoje que o Governo poderá retirar a moção de confiança caso o PS se mostre satisfeito com os esclarecimentos dados e retire a proposta de comissão de inquérito.
“Acho que se o PS vier declarar que reconhece ao Governo condições para executar o seu programa, se declarar que se considera satisfeito com os esclarecimentos dados e que retira a comissão parlamentar de inquérito, acho que há condições para a moção de confiança poder ser retirada”, afirmou Manuel Castro Almeida, em entrevista ao jornal Observador.
O governante assinalou que “desde o princípio” o Governo tem dito que não quer “levar o país para eleições e que as eleições são absolutamente indesejáveis”, mas “será um mal necessário se não houver da parte do PS a formulação de que há condições para que o Governo cumpra o seu programa”.
Manuel Castro Almeida disse que o executivo “ou tem condições para executar o seu programa, tomar medidas, continuar a reformar o país, ou não vale a pena”.
“Será a contragosto que vamos para eleições. Mas quem as provoca de facto é o PS”, sustentou, considerando que se os socialistas quiserem evitar a antecipação das legislativas, podem fazê-lo, bastando absterem-se na votação da moção de confiança, em vez de votarem contra, como já foi anunciado pelo secretário-geral do PS.
O governante assinalou que o PS não viabilizou as moções de censura apresentadas por Chega e PCP e acusou os socialistas de incoerência e “taticismo puro”.
Castro Almeida disse também que “todas as perguntas que foram colocadas por escrito serão respondidas antes da moção de confiança”.
Sobre a possibilidade de o PSD propor alguém para substituir Luís Montenegro no cargo de primeiro-ministro, o ministro considerou que “isso está totalmente fora de causa” e é “um não assunto”.
Leitão Amaro nega: moção é “última oportunidade”
O ministro da Presidência, no entanto, tende a discordar desta opinião: no final da conferência de imprensa do Conselho de Ministros, António Leitão Amaro foi questionado sobre as declarações do ministro Adjunto.
Remeteu para a votação da moção de confiança no parlamento ser a “última oportunidade” de evitar eleições, afastando a ideia de que o Governo possa retirar esse instrumento se o PS recuar no inquérito.
Leitão Amaro defendeu que Castro Almeida fez “uma soma de condições aditivas”, sendo a principal que “tem de haver uma clarificação das definições das condições de governabilidade”.
“O tema essencial não é nem nunca foi a CPI, o que está em causa é se a oposição — que no seu conjunto é maioritária — confia, aceita, que há condições de governabilidade ou não”, afirmou.
O ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte também já se pronunciou sobre o caso, contradizendo Castro Almeida: garantiu que a retirada da moção “não é um cenário”, e disse ainda que “a bola está nas mãos do PS”.
“Não podem esperar que o Governo governe quando manifestamente é-nos dito pelos partidos da oposição que não há confiança para governar”, acrescentou também, citado pelo Observador.
Seguro quer “diálogo”
“Ir para eleições pode ser uma opção, mas não é a resposta, até porque não fica claro que não ficará tudo na mesma”, dissera já esta quinta feira o potencial candidato socialista às presidenciais, António José Seguro, à CNN.
Esta sexta feira, disse também, em declarações transmitidas na RTP, que “é do interesse nacional que não haja eleições antecipadas“, e que considera que “há condições” para que estas não se realizem.
Portugal “precisa de estabilidade política, não precisa de podridão”, diz, e a data 11 de março, dia do debate da moção de confiança, “poderá ficar na história do nosso país como um momento triste ou como um momento em que os partidos foram capazes de pôr acima dos seus interesses o interesse nacional”.
“O meu desejo é que as pontes de diálogo não estejam destruídas”, garante ainda. “Como é que se retira a moção de confiança? O governo saberá quais são as condições”, conclui.
Também o social-democrata e candidato formal às eleições presidenciais Luís Marques Mendes pediu ao Presidente da República que evite eleições.
ZAP // Lusa
Estão com cá um medinho de eleiçoes que até mete pena. Mas, só demonstram que são uns cobardes, e raposas astutas, andam como as serpentes a rastejar aos ziguezages para passarem entre os pingos da chuva.
A credibilidade do PSD bateu no fundo.
Para o PSD, vale tudo.