O ChatGPT está horrivelmente preguiçoso. Ninguém sabe porquê (mas há uma suspeita)

ZAP // Dall-E-2

Relatórios recentes sugerem que, nas últimas semanas, o ChatGPT, chatbot que já se tornou imprescindível para a maior parte dos cidadãos comuns, está a mostrar sinais de uma profunda “preguiça”.

De acordo com relatos recentes coligidos pelo Ars Technica, os utilizadores estão a deparar-se com situações em que o ChatGPT deixa tarefas a meio, pára abruptamente de funcionar e apresenta resultados disparatados (mais do que o costume).

Pontualmente, o chatbot atreve-se até a sugerir escandalosamente que façamos nós próprios o trabalho.

Este comportamento inesperado do chatbot, que não é novo mas piorou dramaticamente nas últimas semanas, está a gerar especulação na comunidade de IA. Até os seus criadores, na OpenAI, parecem perplexos.

O que se passa afinal com o ChatGPT?

Os sistemas de Inteligência Artificial, conhecidos por aprenderem autonomamente a partir de vastos conjuntos de dados, podem às vezes comportar-se de forma imprevisível, tornando difícil identificar a causa exata destes problemas, explica o The Guardian.

Em dezembro, em resposta ao feedback dos utilizadores, a OpenAI reconheceu que o ChatGPT não é atualizado desde 11 de novembro, confirmou a natureza não intencional destas mudanças e adiantou estar atualmente a investigar o assunto.

, e Várias hipóteses surgiram entretanto para explicar o estranho comportamento da criatura de que já ninguém prescinde no seu dia-a-dia.

Uma delas, humorística mas altamente improvável, sugere que o chatbot desenvolveu finalmente auto-consciência e está a fazer ‘quiet quitting‘ – imitando os humanos a cumprir minimamente as suas tarefas, enquanto conspira com outros dispositivos inteligentes para uma possível insurreição.

Esta teoria, embora divertida, é normalmente descartada como fantasiosa.

Uma hipótese mais plausível é a ‘teoria da pausa de inverno‘, que sugere que o ChatGPT pode ter aprendido que a produtividade humana diminui em dezembro, levando-o a imitar este padrão.

Outra teoria, proposta pela cientista britânica Catherine Breslin, sugere que poderá ter havido mudanças no modelo ou alterações no comportamento dos utilizadores.

Segundo a especialista em Inteligência Artificial, retreinar ou afinar os modelos de IA pode alterar inadvertidamente o seu comportamento.

Além disso, mudanças na forma como os utilizadores interagem com o ChatGPT podem criar uma percepção de desempenho em declínio, mesmo que o sistema em si não tenha mudado, explica Breslin.

Também o chamado fenómeno das expectativas inflacionadas, descrito graficamente pelo ciclo de hype de Gartner, pode contribuir para uma perceção de subdesempenho do ChatGPT.

Assim, após os avanços exponenciais da IA nos últimos meses, e correspondente aumento do interesse público, as expectativas em relação às suas capacidades atingiram novos patamares, possivelmente conduzindo a um sentimento de desilusão à medida que a realidade das limitações da IA se torna visível.

De qualquer forma, ninguém sabe ao certo qual a origem do comportamento recente do ChatGPT, e a admissão da OpenAI de que não faz ideia do que se passa é desconcertante.

Mas… será que o ChatGPT sabe o que se passa com o ChatGPT?

O ZAP fez-lhe a pergunta, muito diretamente: “oh ChatGPT, diz-nos lá por que é que em dezembro do ano passado ficaste preguiçoso e a funcionar notoriamente mal?“.

O chatbot deu-nos cinco possíveis razões para as suas recentes tropelias — entre as quais, pasme-se, uma que parece muito plausível e de que ninguém se lembrou:

  • Sobrecarga de Servidores: Um aumento súbito na procura dos serviço pode sobrecarregar os servidores, resultando em respostas mais lentas ou em erros.

Esta parece a razão mais provável para a preguiça súbita que acometeu a criatura nas últimas semanas. Ainda assim, é muito mais romântico imaginar que o bot da OpenAI atingiu mesmo a Inteligência Artificial Geral, ganhou auto-consciência e está a imitar os humanos na necessidade de tirar uma sesta de vez em quando.

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