Se funcionários felizes equivale a negócios mais saudáveis, não deveriam os patrões tentar conhecer as dificuldades de quem empregam?
Laxman Narasimhan está prestes a assumir o cargo de presidente da Starbucks e vai iniciar a nova função com uma promessa ousada: estar lado a lado dos baristas da cadeia. O objetivo? Estar mais “próximo da cultura e dos clientes, mas também dos desafios e das oportunidades”.
De acordo com as informações divulgadas, o responsável deverá estar presente nas lojas meio dia por mês, com a expectativa de que mais membros da direção e outras funções de chefia sigam o exemplo, de forma a garantir a ligação e o compromisso nas mais diversas realidades.
Tal como destaca o Fast Company, apesar de se tratar de um período de tempo curto, é também uma atitude pouco recorrente — ao ponto de já terem sido feitos programas de televisão baseados na premissa. No plano mediático, pelo menos, a experiência leva muitos dos responsáveis a promover mudanças para que os funcionários se sintam mais confortáveis e satisfeitos.
De facto, parecem existir múltiplas boas razões pelas quais os chefes devem trocar de lugar com os seus funcionários. Na atualidade, as chefias parecem cada vez mais distantes das dificuldades dos funcionários. Para começar, existe um oceano de distância em termos e remunerações, mas também na formação — o que cria clivagens entre os dois grupos.
Paralelamente, os funcionários parecem cada vez menos satisfeitos e comprometidos com as empresas onde trabalham e esta realidade não está completamente desassociada da postura das chefias, a quem atribuem uma parte significativa da culpa — ter maus patrões foi recentemente referida como a principal razão para a demissão num estudo realizado nos Estados Unidos.
Como tal, se alguns patrões optassem por colocar as mãos na massa, talvez o fosso que separa os dois grupos fosse diminuído. Por exemplo, uma pesquisa recente mostrou também que a competência da liderança é essencial para manter os funcionários felizes. As consequências destes melhoramentos são claras, com natural impacto no volume de negócio.
De acordo com um artigo publicado da Harvard Business Review, os hospitais dirigidos por indivíduos com experiência médica tendem a receber avaliações mais positivas por parte dos pacientes. Na mesma linha, equipas de basquetebol treinadas por antigos jogadores de primeira linha tendem a ter mais sucesso na NBA.